quinta-feira, julho 27, 2006

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Curiosidade histórica.

Uma curiosidade Histórica:
Lei Nº. 25, de janeiro de 1903
"Obriga a todos os trabalhadores válidos do Município a prestação gratuita de 2 dias de serviço em cada ano, para abertura e conserto de estradas".
O povo do município de Águas Virtuosas, por seus representantes resolveu e eu, em seu nome, sanciono a seguinte lei:
Art. 1º - Todos os trabalhadores válidos do município ou nele empregados são obrigados a prestação de serviços gratuitos, por dois dias em cada ano, para consertos ou abertura de estradas reputadas de interesse geral.
Art. 2º - Na época julgada própria pelo agente executivo, o fiscal ou qualquer outra pessoa nomeada especialmente fará as intimações para o serviço ao qual presidirá no dia marcado.
Parágrafo único - Aos faltosos será imposta a multa de cinco réis, por cada dia de falta ou a prisão de um dia por cada falta, no caso de não poder o faltoso pagar a multa.
Art. 3º - Todos os anos, do mes de março até junho deverão ser consertadas as principais estradas.
Art. 4º - Revogam-se as disposições em contrário.
Mando, portanto, a todos aqueles a quem o conhecimento e cumprimento desta lei haja de competir, que a cumpram e façam cumprir, como nela se contem - Águas Virtuosas, 19 de janeiro de 1903. - Dr. Eustachio Garção Stockler.
É ou não uma curiosidade?!......A abolição foi decretada no País em 1888 e 15 anos depois baixa-se uma lei destas, elaborada por esta câmara, a primeira do município:
Agente executivo - Dr. Eustachio garção Stockler.
Presidente da Câmara - João de Almeida Lisboa
Vice-Presidente - Gabriel Romão Carneiro
Secretario - Oscar Paes Pinheiro
Vereadores Gerais - Joaquim Manoel de Melo; Bebiano José da Silva; Martinho Vaz Tostes; Egydio de Lorenzo.
Vereador Especial de Conceição do Rio Verde - Deusdedith Vieira.
Vereador de Lambari - Francisco Antonio Corrêa.
Como procurador da Fazenda Municipal - Serafim Antonio de Paiva Pereira.
( Como podem ver, a "Câmara" era francamente escravocrata, e composta somente de " altas patentes"!......)

Mais excursões(1949)

Nova - Baden :
Este passeio é um dos mais procurados. Fica a 6 quilometros da cidade, ao lado do Aeroporto, servido por ótima estrada de rodagem; tem a sede do posto de seleção de sementes mantido pelo governo, vasta area coberta de pinheiros e eucaliptos, densa mata virgem, veios d'água tributários do Ribeirão Mombuca, formam cerca de 7 quedas, cada qual mais bonita; a mais visitada por ficar em caminho acessível à charretes é também chamada Paulo e Virgínia.
O Aeroporto :
A frente do Horto Florestal fica o campo de pouso, extenso, com cêrca de 1.600 metros de comprimento por 150 metros de largura, bem tratado hangar, campo oficializado, sede, de arquitetura caprichosa, enfeitada de cactus. Dá aterrisagem a grandes aviões de carreira.
Noturnas :
Não fossem as distrações, abundantes em Lambari, a permanência dos veranistas se tornaria fastidiosa. Diariamente temos sessões de cinema, que começam as 20 horas sempre com bons filmes, reprojetados em ótima tela por aparelhagem moderna e em ambiente de conforto.
Os hoteis frequentemente organizam horas de arte, contratando artistas, conferencistas e músicos que deliciam os hóspedes e ouvintes em diversas horas do dia e da noite.
O salão do Bar Pinguim dança-se quase sempre a noite, ambiente recatado, seleto e com boa música; por motivos de festejos populares como o da entrada da Primavera, semana junina, Carnaval, formatura das normalistas e ginasianos, Natal e a passagem do ano, se efetuam bailes, ora nos hoteis, no Cassino das Fontes, ora no Salão do velho Cassino.

Excursões em 1949

Excursões:
No perímetro da cidade -- O Lago -- Ilha dos Amores -- Farol
O magestoso lago artificial, obra que bem demonstra o poder empreendedor do homem, é um passeio obrigatório do veranista. Há barcos seguros e dedicados barqueiros, não só para simples passeios, como para natação e pesca; são abundantes no lago o lambari, o cará e a traíra. À noite, principalmente ao luar, o encanto deste passeio não tem rival. Tem cêrca de 1.600 metros de comprido por cêrca de 800 de largo; possui lindo arquipelago, destacando-se dele as ilhas dos Bambus, dos Patos e a decantada ilha dos Amores, com suas alamedas ensombradas de bambus gigantes, cheia de flores e passaros. Bancos rusticos e mesas para piqueniques completam o cenário que encanta e seduz.
Este lago, também chamado Guanabara, foi formado pelo represamento dos rios Lambarizinho ou São Simão, que nasce com o nome de São Bartolomeu, e das Flores ou Pinhão Roxo; a vasante é a barragem, que forma linda cascata, obra ciclópica, o engenheiro aliou a tecnica a arte, tem 10 metros de altura e uma força avaliada em 50 HP, à frente da cascata, fica o Farol, obra bem delineada, planta dos arquitetos Poley & Ferreira. Sua função era iluminar o lago e enfeitar as festas venezianas que nele se realizassem. Este velho farol funcionou apenas no ato inaugural.
O Cassino:
Obra prima de Américo Werneck, o primeiro Prefeito da cidade, com linhas arquitetônicas de um gosto apurado. Dotado de amplos salões para bailes, concertos, leitura; decoração deslumbrante, rica e luxuosa; no salão de música lustres de cristal riquissimos; no palco para a orquestra, enormes candelabros com volutas douradas e festivas; pelas paredes quadros japoneses, emoldurados de motivos florais e ornitológicos. O salão japones tem no teto um circulo sinuoso inscrito em losango com dragões enleitados e de artistica confecção; pelas paredes, grandes quadros de fundo de laca preta com gaviões de marfim e madrepérola; cortinas de seda com pinturas; quadros orientais autênticos, de legitimo charão, representando as 4 estações e os 12 meses do ano. Estatuetas de gheishas e musmes, jarras, espelhos encrustados de madrepérolas e onix, leques, para-sóis; grandes dragões e garças douradas. Mobilias, uma de estojo aubusson-verde com rosas, assento e encosto de madeira dourada; outra de bambú envernizado e assento de couro; outra com sofá, quatro cadeiras conjugadas, de espaldar e quatro assentos de couro formando um lindo jogo de cores verde e ouro. Um pátio e escadaria interna dando para o terraço de onde a vista panorâmica é maravilhosa, abrangendo todo o lago com seus contornos, a caixa d'água, a igreja e a cidade, enfim. A planta do cassino foi elaborada pela firma Polay & Ferreira, do Rio de Janeiro; estes arquitetos desenharam também os planos para a construção do Farol, do prédio da Usina, do mercado que não alcançou nossos dias.....do grande hotel que devia ser erigido ao lado do cassino, do Teatro, da Fonte Luminosa e inúmeros adornos para o Parque das Águas, tudo com requintado bom gosto, arte e maestria. Felizmente nem tudo se perdeu; ainda dormem nos arquivos da Prefeitura os projetos, à espera de quem os venha tirar para um dia se tornarem realidade .
A Volta da Mata:
Partindo-se do Cassino, toma-se pela direita do lago pela avenida que orla, a Barbara Heliodora. É um passeio agradabilissimo; a mata com seus caracteristicos, arvores seculares, lianas pelos galhos, parasitas e outras flores silvestres; passaros canoros gorgeando; ar puro, embalsamado de perfumes suaves; o sol lá por cima, nas grimpas, e imprimindo transitoriamente arabescos pelo chão! Seu percurso é de cêrca de 5 quilometros, tanto pode ser feito à pé pelos amantes das caminhadas como a cavalo ou charretes.
Chácara do Vivaldi, ou da Floresta:
Um dos passeios mais atraentes, uma dependência do Imperial Hotel, mas com prazer os seus dirigentes a franqueiam aos veranistas. Fica na base da Serra das Águas, caminho ensombrado, paisagens lindas, cascatinha poética que desliza cantante pela encosta abaixo. Caramanchões rústicos e bucólicos; criações domesticas completam o cenario e o prazer da caminhada. Ida e volta apenas 2 quilometros.
Alto do Cruzeiro e da Caixa d'água:
Fazem-se os dois passeios numa só caminhada; do centro da cidade são divisados ambos; mais de um caminho dão acesso aos mesmos, porém o melhor é começar pela avenida da caixa d'água, que parte da Praça Nossa Senhora da Saúde, bem atrás da Igreja matriz. Subida suave, e de bela vista panorâmica, para a cidade e para o lago; ao longe os lindos contornos das colinas.
Vale do Mombuca:
Outro passeio pitoresco. Vai-se a pé, a cavalo e de charretes. Começa-se caminhando após a cascata do lago, passa-se pela fábrica de garrafas, atravessa-se o leito da estrada de ferro e toma-se o caminho que vai dar no matadouro. Ganha-se a estrada pela margem direita do rio. Olarias várias até as Pitangueiras; lindas paisagens pela serra do Bom Jesus afóra. É um rio piscoso, pelas suas margens, nas estações de pesca, são encontradas dúzias de amantes deste esporte, em sua foz com o rio Lambari até "dourados" já se fisgaram.....Seus campos circunvizinhos tem codórnas, suas lapas pela serra tem pacas, seus banhados possuem marrecos, paturis e narcejas. Passeio relativamente bom e suave, ao todo ida e volta, 18 quilometros.

Como chegar aqui em (1949)

Do Rio de Janeiro:
Da capital da República vem-se de trem, de automóvel e futuramente de avião....Pela estrada de ferro parte-se da estação D.Pedro II, às 7 horas pelo rápido paulista ( RP1 ). ( A direção da Central faz correr nos meses de março e abril, o trem especial chamado " das águas ou dos aquáticos ", que parte as 6:30 com poltronas numeradas coincidindo seus números com os do carro no trem da Rede Mineira de Viação, mas dada a grande procura, convêm ser, sempre, solicitadas as passagens com a devida antecedência). Baldeia-se na estação de Cruzeiro e toma-se o carro de Lambari no trem da Rede, que parte desta estação às 13:30 (PC1), chegando-se em Lambari às 18:43. Total da quilometragem: 401 quilometros.
Costume velho é saltarem na Parada Melo, que fica mais no centro da cidade, a 1 minuto da estação principal, onde condução e carregadores se concentram; no entanto, é aconselhavel saltar-se na principal estação, sem atropelo, onde o trem se demora mais e onde já se providencia a retirada das malas que vierem despachadas.
A viagem por estrada de ferro é agradável, a Central hoje, com as automotrizes queimando óleo diesel, não tem mais aqueles fragmentos de carvão e a fumaça, principalmente ao passar pelos túneis, que faziam o tormento dos passageiros. O percurso é agradável e de conforto, os carros restaurantes tanto na Central como na Rede são sortidos e oferecem, por isso, bem estar, solícita atenção aos senhores passageiros. O panorama é encantador ; tanto no trecho da Central com a subida da serra do Mar, oferecendo paisagens que deliciam a vista, como o deslizar do trem pelo vale do Rio Paraiba, sempre encachoeirado e poético. No trecho da Rede, não é menos agradável o percurso, ao sair-se de Cruzeiro o trem galga a Serra da Mantiqueira, passa pelo tunel divisor do Estado de Minas e São Paulo e percorre o resto do trecho pelas margens dos rios Verde e, depois, do Lambari, passando por cidades e lugarejos e divisando-se ao redor espetáculos surpreendentes da natureza; extensos vales, picos soberbos, vegetação luxuriante e cenários paradisíacos!
De automóvel, o percurso é feito por boa estrada de rodagem, num percurso total de 379 quilometros. Passando por muitas cidades e lugares de recurso, o automobilista não encontra dificuldades em transpô-lo. A par disso, o espetáculo panorâmico não é menos belo; e a duração normal é de 7 horas. A Emprêsa Mineira Automobilísta, ( EMA ), tem uma linha, regular, as terças, quintas e sabados, partindo seus ônibus, da Praça Mauá, às 6:25, chegando em Lambari às 17 horas.
Lambari dista apenas, do Rio, 90 minutos vindo-se pelo ar ; estando para breve ser inaugurada uma confortável e segura linha regular de navegação aérea, poderemos num futuro próximo aqui chegar naquele espaço de tempo. O aeroporto é ótimo, e oficializado pelo Departamento de Aeronáutica Civil.
De São Paulo:
A viagem por estrada de ferro é feita partindo-se da estação " Roosevelt " pelo trem ( PR2 ), as 7 horas e baldeando-se em Cruzeiro para o ( PC-1 ), que parte às 13:30 horas, o mesmo que trás os passageiros do Rio de Janeiro a distância é de 395 quilometros. E por estrada de rodagem, num percurso de cêrca de 417 quilometros, é feito normalmente em 8 horas. Também esperamos para breve uma linha de navegação aérea, o que trará aqui veranistas em 90 minutos apenas de vôo.
De Belo Horizonte:
Da capital mineira o caminho preferido é o da estrada de ferro Rede Mineira de Viação. Vem-se pelo noturno ( PB2 ) que parte de lá às 10:40 com carro leito, mas, como há muita afluência de passageiros, é aconselhável encomendar a passagem com antecedência para que se venha confortavelmente sentado ou com leito. O trem chega em " Freitas " às 8:31, partindo às 10:45 para Lambari, onde chega às 12:35. Quando acontece atrazar muito, a ponto de prejudicar o entroncamento com outros trens de diversos ramais, os passageiros ficam nessa estação aguardando o expresso à tarde, que partindo de Cruzeiro às 13:30 a alcança às 17:30, deixando-a às 17:40 com destino a Lambari, onde chega às 18:43.
Para se alcançar o mixto em Freitas, o qual corre somente às 2º , 4º , 6º feiras deve-se, pois, partir de Belo Horizonte aos domingos, 3º e 5º feiras; todos os dias, porem, pode-se viajar, pois, explicamos linhas atras, diariamente temos trem para Lambari, com a demora em Freitas. Há os passageiros que preferem fazer a viagem intercalando-a com o trajeto de auto-onibus, estes partindo de " Tres Corações " após a chegada do noturno da capital mineira, às 7:00, chegando em Lambari às 10:30 ; correm diariamente e são confortaveis. Para se vir de automóvel, há duas estradas, a via Oliveira e a que passa por Barbacena.
A estrada de ferro que serve a cidade, hoje Rede Mineira de Viação, a antiga Muzambinho, inaugurou o trajeto no ramal, a 1 de fevereiro de 1894, quando chegou em Bias Fortes ( hoje Jesuânia ), e a 24 de março daquele ano alcançava Lambari.

Diário de Minas(1957)

Publicação da página 6, do "Diário de Minas", de Belo Horizonte - Domingo, 4 de agosto de 1957.
Lambari: Como nasceu e Floreceu a soberana das Águas Minerais
Uma cidade miraculosa posta a serviço de Minas e do Brasil - Dr. Americo Werneck, um nome caro a todos os lambarienses. ( De Antonio Clarindo Ferreira, especial para o " Diário de Minas")
Como e porque surgiram os melhoramentos da cidade de Lambari e a quem tudo deve essa estância de veraneio? O ilustre Engenheiro Dr. Américo Werneck, empolgado pelas fontes das águas minerais de Lambari, resolveu fazer um estudo sobre as possibilidades em transformar essa estância comparando a uma segunda Vichy. Desejoso de iniciar e pôr em prática e execução de seus planos idealizados por um estudo meticuloso, feito antecipadamente, e o firme proposito de levar avante seu projeto, dada as circunstâncias de achar-se na Presidência do Estado de Minas Gerais. Exmo. Snr. Dr. Wenceslau Braz, não seria difícil conseguir o almejado, tal era a confiança e a admiração que ele votava por esse ilustre Presidente. A sua convicção em ser bem recebida firmava no elevado conceito pela forma e maneira de sua atuação como Presidente do Estado e que muitas vezes teve o prazer de presenciar como eram recebidas as pessoas que a ele vinham solicitar um favor em benefício da coletividade.
Animado por esse firme propósito, foi pessoalmente expôr ao Sr. presidente o estudo que havia realizado. Entretanto, obras de tão elevado custo para aquela época não poderia ser resolvido a não ser por muita comprensão e por espírito dinâmico. Não foi difícil chegar a conclusão que tudo seria feito executado e custeado pelos cofres do Estado. Sem mais delonga foi criada a Prefeitura para essa cidade e nomeado Prefeito o Dr. Américo Werneck, idealizador desse grande emprendimento. Em seguida foi criada uma verba destinada a custear as despesas de execução do importante projeto.
Os partidos políticos Municipais que se degladiavam n'aquela época formados por duas correntes denominadas "Sabiá" e "Minhoca", os seus chefes não criavam entrave como também não endossavam atos de seus adeptos, que viessem desgostar o prefeito no bom andamento e no desempenho de sua administração, mesma porque o Ilustre Prefeito tinha "Carta Branca" e nenhuma satisfação dava aos dirigentes das agremiações partidárias.
Conclusão do Empreendimento
As obras foram atacadas de tal forma que no curto prazo de dois anos, foi concluido esse grande melhoramento, tornando-se Lambari uma cidade de veraneio, provida de recursos necessários para oferecer aos hospedes perfeito conforto não só aos doentes que aqui vem em busca de um lenitivo para seus males como também aos que desejam um descanço para refazer os desgastes das energias perdidas e sacrificadas nas preocupações da vida agitada das capitais. Em Abril de 1911 foram inauguradas as obras realizadas pelo então Prefeito Dr. Américo Werneck. Com a presença do Presidente da República Marechal Hermes da Fonseca, convidado especialmente para essa inauguração, acompanhado do Presidente de Minas Gerais, Julio Bueno Brandão, que veio não só para tomar parte nessa grande festa, como também para receber as obras executadas pelo referido Prefeito Dr. Américo Werneck. Na Parada Mello, Estação da Rede Mineira de Viação, por uma grande multidão forão recebidos os Ilustres Visitantes com vivas e aplausos delirantes, tal era a emoção do povo em receber as autoridades máximas da Nação e do Estado. Dessa forma vem demonstrada a gratidão dos Lambarienses que, compreendendo o sacrifício d'aqueles que dirigem o destino de uma Nação em atender as mais justas reinvidicações em prol do progresso e do engrandecimento de uma cidade.
Cidade que pela lei da natureza foi dotada desse liquido precioso que foi nos primitivos tempos conhecido por Águas Milagrosas, mais tarde por Águas Virtuosas e presentemente por Águas do Lambari, podendo assim ser colocada em condições de receber condignamente seus visitantes. Conduzindo os ilustres Presidentes bem como suas comitivas, acompanhados pelos representantes do Munícipio e do povo em geral para o Cassino onde teve início a inauguração das importantes obras.
Na qualidade de representante do Município usou da palavra o Ilustre Médico Dr. Eustachio Garção Stockler, que, num discurso de improviso, saudou as ilustres autoridades, dando-lhes boas vindas e expressivo agradecimento pela tão honrosa visita e pelo grande benefício de que foi dotada a cidade.
Discorrendo ainda sobre todos os pontos e abordando tudo que se relacionava e dava motivo à presente festa, num ambiente de entusiasmo, era aplaudido com orações, incessantemente, o ilustre Orador. Em seguida fez uso da palavra o prefeito Dr. Américo Werneck, saudando e agradecendo os Srs. Presidentes por essa visita tão honrosa para os Lambarienses. E em continuação passou a fazer entrega dos melhoramentos realizados, citando um por um os seus respectivos custos, como sejam: Água potável, luz elétrica, cassino, lago artificial, barragem, holofote, mercado das flores, Parque Wenceslau e muitos outros.
Lambari tornou-se d'aquela época em diante, uma estância de veraneio das mais procuradas, não só pelas suas águas, como também pelo seu clima. Como grande número de logradouros públicos, oferece passeios agradabilissimos e acessivel por qualquer meio de condução.

Eclesiásticos

O primeiro Capelão da atual Lambari foi o Pe. Joaquim Teodoro Martins, quando exercia o seu paroquiato na atual Jesuânia - de 1847 a 1871.
VIGÁRIOS DA ATUAL LAMBARI
Pe. João Batista das Neves ............................................... 1871 a 1877
Pe. Antonio Olinto Batista Pinto ........................................ 1877 a 1878
Pe. Vital Vieira da Glória .................................................... 1878 a 1880
Pe. Marciano Carlos da Rocha Brandão ............................. 1881 a 1904
Pe. Aureliano de Souza Cunha Carvalho ............................ 1904
Pe. Marciano Carlos da Rocha Brandão ............................. 1905 a 1906
Pe. Luis de Castro ............................................................. 1906 a 1908
Pe. Carlos Luis Cerqueira .................................................. 1908
Pe. Melquiades Augusto de M Matos .................................... 1908
Côn. Hilário Heraclito Monte Raso ...................................... 1908 a 1910
Pe. Gustavo Gomes Aranha ................................................. 1910 a 1911
Pe. Ernesto Maria de Fina ....................................................1911 a 1912
Côn. João Ferrigno ............................................................ 1912 a 1915
Pe. Joaquim Pinto Fraissat ................................................. 1915
Pe. Nicéforo Corrêa de Morais ............................................ 1915
Côn. José Pinto Gonçalves ................................................. 1915 a 1917
Côn. Joaquim de Souza Soares .......................................... 1917 a 1922
Pe. José Vita ...................................................................... 1922 a 1923
Côn. Osório Maria Tavares .................................................. 1924
Pe. Alfredo Soares .............................................................. 1924
Côn. José Dias Machado ..................................................... 1924
Pe. Joaquim Amâncio Lins .................................................. 1924 a 1925
Pe. Luis Cláudio Freitas ...................................................... 1925
Pe. Mário Siqueira ............................................................... 1925
Pe. Paulo D' Estibayre ......................................................... 1925 a 1928
Pe. Alfredo Cristofo Kobal ................................................... 1929 a 1930
Pe. Sebastião Atella .............................................................. 1930 a 1935
Côn. Osório Maria Tavares .................................................... 1935 a 1937
Pe. João Batista Martins ....................................................... 1937 a 1938
Pe. Dr. Antônio Lemos Barbosa ............................................ 1938 a 1947
Côn. José Ramos Leal .......................................................... 1947 a ( sem dados)

Decretos.

1737 - 04 de Outubro -Carta de Cipriano José da Rocha ao governador interino da Capitania de Minas Gerais, Martinho de Mendonça de Pina e Proença comunicando o descobrimento da Campanha ( então São Cipriano), já se tornava conhecido o nome do rio Lambari.
1743 - 08 de fevereiro - Carta de José Rodrigues da Fonseca de Mendonça a Francisco Mendonça Essa, da qual se destaca o trecho"e agora lhe torno a pedir a Vm. mesmo fazer que como neste Lambari me acho...."(José Rodrigues da Fonseca, é portanto um dos primeiros habitantes das margens do rio Lambari.
1780 - Foi revelada a nascente de água batizada por " Água Santa ", na propriedade de Antonio de Araujo Dantas.Habitantes da Comarca e viajantes de tropas já a procuravam pelas notícias de seu efeito. Nascia em uma funda grota, ainda em matos, nas fendas de pedras.
1826 - 16 de agosto - Ofício assinado por Gaspar José Paiva. João Pinto da Fonseca. Lê-se:"Dizemos nós abaixo assinados que fomos ao lugar de trás da Serra denominada Água Virtuosa convocados p. a Câmara e p. avaliarmos o pedaço de terreno do lugar como de fato avaliamos a quantidade de doze alqueires mais ou menos de Capoeiras e Capoeiroins, pelo preço e quantia de Cem mil réis, sendo as suas divisas na parte de baixo de um Corguinho que faz barra no Ribeirão e atravessa o campo com ponte por este acima e buscar ao Espigão da mina.
1827 - 24 de janeiro - A Câmara da Campanha da Princeza fazia o primeiro pedido para a construção de uma Ermida, oficiando ao Visconde de Caeté: Naquele ofício, o terreno das águas minerais é louvado em Cem mil réis.
1830 - 13 de outubro - Mencionada a existência das águas virtuosas, na sessão da Camara Municipal pelos informes de João Gonçalves de Siqueira e do Pe. João Damasceno Teixeira, não obstante serem conhecidas há muito suas virtudes terapêuticas.
1832 - Diz o historiador Dr. Nicolau Navarro que a comunicação da Campanha com a Vila de Lambari ( atual Jesuânia ) passava rente com o manancial de propriedade de Araujo Dantas. Esse CAMINHO já era VELHO em 1832, segundo atas da Camara" Ao que parece, Lambari pertence ao número de outras tantas localidades, devedoras de sua existência ao fato da estrada para a Côrte".
1834 - " É o ano em que se assinalou um período de prodigiosas curas, no dizer do historiador Dr. Pires de Almeida, que é contestado pelo historiador Júlio Bueno".
1837 - " Refere o historiador Bernardo Saturnino da Veiga: em 1837, constava essa povoação de uma pequena casa de telha, de algumas choças de sapé e de um mercado de esteira no lugar das fontes das águas minerais".
1850 - 26 de junho - Pela lei provincial nº 487, a primitiva povoação foi elevada a freguezia, ficando a Capela de Lambari ( atual Jesuânia ) a sede provisória da nova freguezia, pertencente ao Município de Campanha, e o governo prometia mandar um engenheiro para " estabelecer os meios mais adequados de as conservar sempre medicamentosas, e criava o emprego de procurador das Águas Virtuosas".
1858 - 14 de maio - A lei provincial nº 858, transferiu para Lambari ( Jesuânia) a sede da nova Freguezia.
1859 - 27 de junho - Pelo art. 3º da lei nº 998, foi elevada a Distrito de Paz, a povoação das Águas Virtuosas da Campanha e retificava seus limites.
1867 - 24 de dezembro - Pela lei nº 421, passou este lugar ( Águas Virtuosas ) a ser a sede da Freguezia de Lambari, e assim ficou até 14 de setembro de 1870.
1891 - 14 de setembro - Tornou-se Distrito, pela Lei Estadual nº 2.
1901 - 16 de setembro - foi criado pela Lei Estadual n° 319, o Município de ÁGUAS VIRTUOSAS .
1902 - 2 de janeiro - É instalado o néo MUNICÍPIO DE ÁGUAS VIRTUOSAS, passando a contar com dois Distritos de Paz: Snr. Bom Jesus do Lambari(jesuânia) a 8 quilometros, e Conceição do Rio Verde, a 36 quilometros.
1909 - 12 de maio - Pelo Decreto Estadual nº 2528, foi criada a PREFEITURA DE ÁGUAS VIRTUOSAS.
1911 - Pela Lei nº 556 perdeu o Distrito de Conceição do Rio Verde, que passou a formar novo município, sob esse nome.
1915 - Pela Lei Estadual nº 663, foi criado o Têrmo Forense ( Cidade ).
1917 - 15 de junho - É instalado o Têrmo acima citado.
1925 - 24 de janeiro - Foi elevada a COMARCA pela Lei nº 879, abrangendo os Municípios de Cambuquira e Conceição do Rio Verde.
1926 - 1º de janeiro - Instala-se a COMARCA, sendo nomeado e empossado o seu primeiro Juiz de Direito, o Dr. Júlio Bráulio de Vilhena, e o primeiro Promotor Público, Dr. Joaquim Infante Vieira.
1930 - 27 de dezembro - Pelo Decreto nº 9.804, a cidade de "Águas Virtuosas da Campanha", passou a denominar-se "LAMBARI".
1948 - 27 de dezembro - Pela Lei Estadual nº 336, perde o seu Distrito Snr.Bom Jesus do Lambari (jesuânia), que se emancipa, sendo instalado a 1º de janeiro de 1949.
Dados Complementares
1860 - O Conselheiro Saldanha Marinho, então governante das Minas Gerais, mandou iniciar os primeiros trabalhos para aproveitamento das águas, e deles incubiu os engenheiros HENRIQUE GERBER, FRANCISCO LOBO PEREIRA e HONORIO SOARES COUTO que, preliminarmente, mudaram o leito do rio MOMBUCA, então vizinho das fontes.
1861 - 16 de outubro - Lei mineira nº 1.104 - Fixa a despesa da Província para o exercicio financeiro de 1862 - 1863, na quantia de : 1.349:979$452. Os atrs.20, 22 e 23 da mesma lei determinarão que fossem empregadas as quantias de 2:000$, 4:000$, 2:000$, respectivamente, para os seguintes fins: Aquisição de sementes de plantas úteis para serem distribuídas como prêmios nas "exposições" criadas na capital por lei provincial; auxilio à exposição de produtos da provincia na capital, em setembro de 1862; desapropriação do terreno das águas virtuosas de Baependy, e melhoramentos das banheiras das do Lambari da Campanha ( De "Ephemerides Mineiras, 1664 - 1897" , coligadas, coordenadas, redigidas por José Pedro Xavier da Veiga; Vol. IV - Setembro a dezembro - Ouro Preto - Imprensa Oficial - 1897 )
1872 - É oficialmente feita a primeira análise das águas pelos Drs. Agostinho José de Souza Lima, José Borges da Costa e Ezequiel Correia dos Santos.
1872 - 25 de fevereiro - O "Monitor Mineiro", divulgou que o presidente da província, Dr. Joaquim Pires Machado Portela "mandou concluir as obras deste estabelecimento há anos interrompidos, cujo orçamento anda por 15 (quinze) contos de réis, incluindo o ajardinamento e embelezamento da praça junto aos poços".
1880 - Por esta data, as propriedades curativas das Águas Virtuosas eram quase desconhecidas de nosso mundo médico e mesmo do público em geral.
1885 - 25 de julho - O Dr. Eustachio Garção Stockler é autorizado pela Lei Estadual nº 3.561, a explorar as águas, obtendo o privilégio de 50 anos a começar de 7 de outubro de 1882.
1889 - 14 de setembro - A lei nº 277, autoriza o governo a prorrogar a concessão por mais 20 anos. Prorrogação decretada a 5 de outubro de 1900.
1894 - 24 de março - É inaugurada a estação ferroviaria de Águas Virtuosas, com notável incremento à população, facilitando a vinda de veranistas. O privilegio da exploração das fontes foi cedido à Companhia União Industrial do Brasil. Datam dessa época a construção do galpão de engarrafamento, o assentamento das máquinas de gazeificação, a cobertura das fontes, as instalações de banheiras e outros serviços.
1895 - A supra dita Companhia faz parte do consórcio " Emprêsa Caxambu - Lambari - Cambuquira ".
1900 - 15 de dezembro - O contrato acima foi modificado.
1903 - 19 de janeiro - Lei nº 25: " Obriga a todos os trabalhadores válidos do Município à prestação gratuita de 2 dias de serviço em cada ano, para abertura e conserto de estradas"... E no encerramento da lei, o fecho: " Mando, portanto, a todos aqueles a quem conhecimento e cumprimento desta lei haja de competir, que a cumpram e façam cumprir, como nela se contem. - Águas Virtuosas, 19 de janeiro de 1903. - Dr. Eustachio Garção Stockler - Agente executivo".
1904 - Nos princípios do ano, aquela Emprêsa entra em liquidação.
1906 - 18 de maio - Pelo Decreto nº 1.903, o governo autorizado, assina escritura em 19 daquele mes encampando os bens e direitos da mesma Emprêsa.
1905 a 1906 - No governo do Dr. Francisco Salles, é feita pelo engenheiro Benjamim Jacob a captação das águas separadamente por nascentes, reunidas sob um só pavilhão.
1907 - O químico francês H. Pellet analisa as águas e conclui: " As Águas de Lambari são particularmente puras, no ponto de vista das substâncias minerais".
1909 - 12 de maio - Pelo Decreto nº 2.528. o governo do Dr. Wenceslau Braz Pereira Gomes, nomeia o PRIMEIRO prefeito de Lambari, na pessoa do ilustre engenheiro Dr. Américo Werneck.
26 de maio - Pelo Decreto nº 2.546, o governo abre o primeiro crédito para início das obras.

Ferrovias.

V.F. Centro-Oeste
Os mundos perdidos da Primeira República
Flávio R. Cavalcanti — Centro-Oeste nº 22 — Ago-1987
E.F. Muzambinho, Cia. de Viação Ferrea do Sapucahy, E.F. Minas e Rio, E.F. Oeste de Minas — são apenas alguns entre mais de 100 nomes cuja sonoridade e cuja "graphia" antiga despertam um mundo de estradas e regiões que foram o Brasil do fim do Império e das primeiras décadas da República.
É monótono e desinteressante depararmos hoje, por toda parte, com apenas três nomes — Fepasa, RFFSA e CVRD. Não há nada errado com elas. Triste, mesmo, é termos perdido a memória daquela centena de estradas e seus nomes incríveis.
O que há em comum entre os nomes lá no alto é que todos pertenceram a estradas mineiras situadas a oeste da E.F.C.B (a leste, reinava a Leopoldina). Foram agrupadas em duas redes, a E.F. Sul de Minas e a E.F. Oeste de Minas, no início do século. Em 1931, junto com a E.F. Paracatu formaram a Rede Mineira de Viação (RMV), que o povo apelidou Ruim Mas Vai.
A RMV passou em 1953 ao DNEF e com a criação da RFFSA em 1957 passou a integrá-la, mantendo o nome e a sigla. Enfim, em 1965, foi reunida à antiga E.F. Goyaz, formando a Viação Férrea Centro-Oeste, até ser absorvida (com outras linhas) na atual SR-2 da Rede.
Seus trilhos refizeram boa parte dos antigos caminhos dos inconfidentes, atravessando as montanhas em direção aos cerrados de Goiaz, à Cia. Mogyana de Estradas de Ferro e ao vale do Parahyba de onde descia ao porto de Angra dos Reis.
Mesmo com a fuga do café para São Paulo, as cidades da região continuaram atraindo os turistas, durante décadas, para suas montanhas e vales, seus queijos, seu clima e suas águas. Nomes como Baependy, São Lourenço, São João d'El Rey, Araxá, Guaxupé, Poços de Caldas, Itajubá, lambari ou São Gonçalo do Sapucahy ainda hoje ecoam em todo Sudeste.
Aí estão hoje as escolas de Itajubá, o "vale da informática" no Sapucaí, o tronco BH-RJ da Ferrovia do Aço, a represa de Furnas (que afogou parte da E.F. Muzambinho), a rodovia Fernão Dias (paralela ao imaginário ramal paulista da Ferrovia do Aço) e novamente o café.
Reconstituí-la através de fotos antigas, livros e revistas não é difícil.
É uma região de enorme potencial turístico, independente de qualquer ferrovia que venha a ser reativada para este fim. Em Ribeirão Vermelho, a RFFSA mantém as oficinas da antiga EFOM, com um patrimônio histórico importante à espera de um projeto bem definido para sua preservação e exibição ao público.
E.F. Minas e Rio
Curiosamente, ligava Três Corações à cidade paulista de Cruzeiro, na EFCB. As obras foram iniciadas em 1881 e o tráfego foi aberto em 1884, passando por São Tomé das Letras, Soledade, São Lourenço, Passa Quatro, pelo vale do rio Verde.
Cia. E.F. Oeste de Minas
Iniciada em 1880 de Sítio (Antônio Carlos, na EFCB) em direção a Ribeirão Vermelho, porto fluvial no rio Grande, e ao alto São Francisco, ao norte. Em 1888 a linha atingiu Oliveira e em 1894 chega a Paraopeba, segundo o levantamento do Centro Industrial do Brasil. A partir de Ribeirão Vermelho, a EFOM mantinha serviço de navegação a vapor para Capetinga 208 km rio abaixo. A idéia, já na época, era integrar duas vias navegáveis com uma ferrovia na bitola econômica de 762 mm, equivalente a 30'' ou 2 e 1/2 pés.
Em 1890, a EFOM recebeu concessão federal para uma linha de Barra Mansa (RJ) a Catalão (GO), na bitola de 1,00 m. Uma outra concessão estadual completaria, até Angra dos Reis (RJ), este "corredor de exportação" desde Goiás.
Em 1903, a União adquiriu as linhas já construídas. O trecho fluminense de Cedro a Rio Claro foi incorporado, desde então, à EFCB. Ao mesmo tempo, foram concluídos os trechos incompletos, como a ligação Belo Horizonte a Divinópolis.
Cia. V.F. Sapucahy
Iniciada em 1890 de Soledade (na Rio e Minas) a Eleutério (Mogyana), próximo a Mogy-Mirim, e percorrendo todo o extremo sul de Minas Gerais. De Soledade, prosseguia a leste até Bom Jardim (na linha Catalão-Angra, da EFOM), de onde prosseguia para o rio Preto, divisa do Estado do Rio, próximo a Passa Três.
E.F. Pirahyense
Construída de 1879 a 1883, de Sant'Anna ao Passa Três, já no início do século pertencia à Sapucahy, ligando-se por um ramal de 8 km à E.F. de Santa Isabel do Rio Preto (também da mesma empresa) inaugurada por sua vez em 1886.
E.F. Muzambinho
O nome não sugere toda importância que veio a ter essa ferrovia, ligando Três Corações (na Minas e Rio) pelo vale do rio Verde até o início de sua navegação e desviando-se para Muzambinho, próximo a Guaxupé de onde a seguir interligou-se à Mogyana.
O Ramal da Campanha partia mais ao sul, de Freitas (também na Rio e Minas) para Lambari, Cambuquira, Campanha e São Gonçalo do Sapucahy, sendo inaugurado em março de 1894.
(1987)
Não é pouco o que resta dessa vasta rede ferroviária interligando os pontos principais dentro do triângulo que é o coração econômico do País — SP / RJ / BH.
Foram desativados, ou tiveram suspenso o tráfego:
– O trecho Celso Bueno a Catalão, de forma que o tráfego passa agora obrigatoriamente por Pires do Rio, vindo para Brasília, Goiânia ou Anápolis.
– O trecho de Divinópolis ao Velho da Taipa e daí ao norte, a Paraopeba.
– Do Velho da Taipa a oeste além de Dores do Indaiá.
– Os ramais de Itapecerica e Cláudio, ao sul de Divinópolis.
– Quase toda E.F. Muzambinho, restando apenas o trecho de Três Corações a Varginha.
– O ramal de Campanha.
– A E.F. Sapucahy e seus ramais.
– A linha leste-oeste da EFOM, desde Antônio Carlos até Ribeirão Vermelho, permanecendo apenas o trecho de São João d'El Rey a Tiradentes a bitolinha, para preservação histórica e turismo. A linha norte-sul, de Aureliano Mourão a Divinópolis, foi convertida para bitola 1,0 m.
Embora sem tráfego, talvez ainda exista a linha principal da Sapucahy pois consta de alguns mapas recentes da RFFSA e está ausente em outros.
As oficinas e a rotunda de Ribeirão Vermelho, registradas por Sérgio Martyre ("Companhia Estrada de Ferro Oeste de Minas", SBF, 1975) têm sido citadas por engenheiros da SR-2 como ainda existentes e com um número indefinido de locomotivas, carros e vagões, sem a conservação que seria de desejar.
Bibliografia:
"Companhia Estrada de Ferro Oeste de Minas", Sérgio Martyre, SBF (Edição em Xerox), São Paulo, SP, 1975
"
Museu Ferroviário de S. João Del Rey
", Preserve / RFFSA, 1981
"
O Brasil, suas Riquezas Naturais, suas Indústrias
" — Vol. 2 — Tomo 3 — "Indústria de Transportes", Centro Industrial do Brasil, Rio de Janeiro, 1909 — Re-edição fac-similar ("Séries Estatísticas Restrospectivas"), IBGE, Rio de Janeiro, 1986
Textos:
V.F. Centro-Oeste: Mundos perdidos da Primeira República
|
EF Paracatu – A estrada que não mudou o sertão
| Mapas:
Mapa 1984
|
Linhas em 1960
|
EFOM 1898
|
Cia. V.F. Sapucahy 1898
|
Muzambinho, e Minas e Rio 1898
| Referências:
Estações pela ordem de sucessão nas linhas em 1960
|
Linhas em tráfego até 1907

Causos de Minas

Causos de Minas
O jornalista Reinaldo Ribeiro Reis lança nesta quarta, dia 15, às 20 horas, no Espaço Cultural Francisco de Assis Mota, da Assufemg, no campus Pampulha, o livro A travessia de Antônio Norberto. A obra oferece um divertido passeio pela cultura de Minas, através de contos narrados com um humor ingênuo e, paradoxalmente, cáustico e malicioso, ao melhor estilo dos famosos causos das Gerais.
Formado em jornalismo pela UFMG, Reinaldo Ribeiro trabalhou na Fafich até 1999, quando se aposentou. Nascido em Três Corações, o autor define-se como um "incansável freqüentador das rodas culturais e etílicas de Lambari". O livro foi editado pela Editora e Gráfica Assufemg e está à venda nas principais livrarias do campus Pampulha e da região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Site
Depois da versão on-line do BOLETIM, que está na Internet desde a edição 1.200 ( www.ufmg.br/boletim ), as defesas de teses e dissertações agora podem ser encontradas no site da UFMG, no endereço www.ufmg.br/acontece/teses/teses.html .

Prioridade do Nome.

LAMBARI - A prioridade sobre o nome cabe à tradicional estância hidromineral do Estado de Minas Gerais, e não à vila homônima situada no Paraná (município de Sapopema).
LAMBARI
Adoção do nome: 1930 (Lei 884, de 27/12/1930)
Criação do distrito: 1859 (Lei 998, de 27/6/1859)
Emancipação do município: 1901 (Lei 319, de 16/9/1901)
Denominações anteriores: Água Santa; Águas Santas; Águas Virtuosas; Águas Virtuosas da Campanha
Adjetivo pátrio: lambariense
Município de origem: Campanha
anos de 1875 a 1879
Idem . - Por Decreto de 13 de Fevereiro deste ano é nomeado Juiz de Direito da comarca de Santa Cruz o Bacharel Luís Ferreira Tinoco, que prestou juramento a 4 e entrou em exercício a 5 de Março, sendo removido para a comarca do Lambari, em Minas Gerais, a 11 de Outubro de 1876.

De volta ao Passado.

A Laticínios Catupiry iniciou suas atividades em 1911, com a fabricação do requeijão Catupiry, que em tupi-guarani, quer dizer excelente. Desenvolvido na cidade mineira de Lambari pelo imigrante italiano Mario Silvestrini, a receita do carro-chefe da companhia é um segredo mantido a sete chaves.
Hoje, os produtores compram mil litros de leite por dia para atender às encomendas. Em 1997, o Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) conferiu o título de marca notória ao nome. Isso significa que outras empresas estão proibidas de reproduzir o rótulo ou mencionar o nome catupiry sem permissão do fabricante.
Os 155 produtores autorizados pelo grupo mineiro são obrigados a usar a expressão “tipo Catupiry” em seus rótulos.
O Catupiry era acondicionado em saco plástico, inserido em uma embalagem de madeira, redonda, composta por finas e maleáveis lâminas. No final dos anos 90 passou por uma reformulação visual e começou a ser embalado também em plástico resistente a forno de microonda.

quarta-feira, julho 26, 2006

Site Oficial


Site Oficial da Cidade.

THE BEST

Fotos aereas











Viuuuuuuu?

Que saudades!




Gostaria de saber, o que o povo pensa!

Antigas 2




Bons Tempos heimmmmmmmmmm.

Fotos Antigas


Esta é antiga. Vá hojé ao local e veja a diferença.

domingo, julho 23, 2006

Veja do Satélite

Antecedentes do nome Lambari

Antecedentes históricos do nome Lambari

Toda a área das terras campanhenses situadas às margens do rio Lambari, era chamada de Lambari, compreendendo inclusive o território do atual município de Jesuania.
O povoamento da região tem início em 1743, ( como veremos depois ) mas, um relato numa carta datada de 04 de outubro de 1737 já dava conta ao governador da Capitania de Minas Gerais da existência de uma estrada na mata que levava às margens do rio Lambari de “copiosa abundância de peixe grosso e miúdo, de admirável sabor e gosto por ser todo de pedra o leito do rio”. O designativo Araberi – peixe miúdo, sardinha na língua tupi, gerou o topônimo Lambari, nome pelo qual passaram a ser chamadas as terras próximas àquele rio. Aquela carta teria sido a primeira referência histórica de Lambari.

A evolução continua...

A Primeira análise das águas ( 1872 )

Na década de 1870, já se podia usufruir das obras de retificação do rio Mumbuca redução de áreas alagáveis no centro do povoado e, entre elas também a recuperação ou a construção de estradas realizadas na década anterior. Havia então boas estradas na freguesia de São Gonçalo do Rio Verde e um caminho para a freguesia de Santa Catarina ( atual Natercia ) passando pelas fazendas localizadas em São Simão, Água Limpa, São Bartolomeu e Três Barras.

O povoado prosperava. Além das casas residenciais surgiam estabelecimentos comerciais, armazéns de secos e molhados e oficinas. Foi então que, a 11 de junho de 1870, a câmara municipal da Campanha autorizou uma despesa quinzenal de 500 mil réis para a construção de uma estrada que partindo das Águas do Lambary atingisse Caldas, passando, lógico por Campanha.
Em 1872, foi formada uma comissão para analisar e fornecer um laudo sobre as fontes de água mineral existentes. Na ocasião, eram duas as nascentes que formavam a fonte gasosa, a fonte Paulinea e a fonte Sulfúrea ou Maria. Nesse mesmo ano, era instituído o serviço de vacinação, tarefa que era de competência do comissário vacinador paroquial e que passava a ser fiscal das águas...
Na ocasião, o fiscal nomeado era Antonio Joaquim do Nascimento, que deveria obedecer o regulamento de vacinação instituído na década anterior, a 17 de agosto de 1864, que normatizava o serviço de vacinação do Império através do decreto n. 464. No procedimento de vacinação da época era usada a linfa dessecada. A 07 de fevereiro de 1874 foi nomeado para fiscal agente das águas Daniel Antonio Xavier, nomeação feita agora pela Diretoria de Obras Publicas da Província, que vinha acompanhando o progresso da povoação das Águas Virtuosas. Começava a construção de uma fabrica de botijas por Eulâmpio César Romagnolli, a quem foi doado uma apreciável área de terreno para esse fim.
A igreja ainda não havia sido construída por esta época, mas já se falava da importante povoação que já contava com 114 casas e cerca de 2.823 habitantes com uma diversificada gama de ocupações. Eram negociantes de fazendas, de molhados e gêneros da terra, ferradores e ferreiros, rancheiros, alfaiates, caldeireiros, carpinteiros, oleiros, fabriqueiros, cigarreiros, celeiros.Já havia uma botica, um dentista, uma casa de bilhares, uma parteira, duas “aulas” de ensino primário, uma publica e outra particular e até um delegado de instrução pública. Produziam-se 7.000 arrobas de fumo e a plantação de café já se desenvolvia na região.
Três acontecimentos aceleram o progresso
Mas foi na década de 1880 que um surto de progresso bem maior fez-se perceber, devido a três fatores:

O primeiro– a fixação de residência de um medico campanhense recém-formado, o Dr. Eustáquio Garção Stockler. O seu interesse de exploração das águas com fins medicinais fez com que se recuperasse o balneário ( inaugurado em 1872 ) que já precisava de reformas, que se obtivesse licença para exportação das águas cuja autorização veio através da lei n.3561 de 25 de julho de 1888. A empresa exploradora e exportadora das águas foi fundada pelo dito médico com um sócio, o Dr. Bandeira de Mello.

O segundo– fator de desenvolvimento da povoação nessa década foi a presença da estrada de ferro Minas – Rio até Três Corações do Rio Verde, cuja primeira locomotiva ali chegou em 18 de outubro de 1883. A ferrovia incrementou o progresso da região, concorrendo com maior freqüência das águas, apesar de estar a cerca de 50Km da estação mais próxima.

O terceiro – acontecimento foi a chegada e fixação de dezenas de famílias italianas na localidade, oriundas de Campânia, província de Basilicata, entre Nápoles e Calábria, que trouxeram um aumento de atividades do comércio no povoado. Enquanto era concedidos lotes aos novos habitantes e abriam-se ruas, construíam-se casas, aumentava-se o prestigio político do Dr. Eustáquio Garção Stockler, que em 1887 já tomava assento na Câmara de Vereadores do Município da Campanha.

A política ajudando o crescimento. “ A Peleja”

Dois vultos mineiros vieram em apoio ao trabalho do Dr. Eustáquio na Câmara de Campanha: Dr. Américo Werneck, vindo residir a 1889 em sua Fazenda dos Pinheiros na Nova Baden, e o Dr. João Bráulio Moinhos de Vilhena Junior. O primeiro jornalista e engenheiro de grande influencia política e propagandista da Republica, alem de escritor. O segundo, medico da tradicional família campanhense, que mudou-se em 1890 para Águas Virtuosas, após ter clinicado na capital federal, o Rio de Janeiro.
O grupo do Dr. Eustáquio se fortificou e conseguiu elege-lo e ao Dr. João Bráulio deputados ambos com 73 votos cada nas eleições de 25 de janeiro de 1891. No mesmo sufrágio o Dr. Américo Werneck recebia 73 votos para senador estadual. Os esforços empreendidos pelo grupo para a criação do Distrito de Paz, desta vez, das Águas Virtuosas coroaram de êxito naquele mesmo ano, a 16 de setembro de 1891, portanto, já eram escolhidos os Conselheiros Distritais das Águas Virtuosas, Vereadores e Juizes de Paz. Durante toda a década de 1890 o distrito gozou de renome na região sul mineira. O Dr. João Bráulio se reelegera, o Dr. Werneck tornara-se Secretario da Agricultura. O grupo político mantinha-se coeso e criou um jornal “A Peleja” que, dirigido pelo Dr. Eustáquio, viria a se tornar o arauto político mais importante de toda a região. Contava com colaboradores e colunistas como: Américo Werneck, Ferreira Brandão , João Brandão , João Luis Alves, considerados os melhores da época. O jornal teve dessa forma uma importância destacada na formação da opinião política e na formação de lideranças que viriam beneficiar o crescimento do distrito. Enquanto o Dr. Eustaquio conseguia a intendência da Campanha
a aprovação de um projeto de saneamento e embelezamento da vargem ( região situada entre o rio Mumbuca e a antiga
rua Direita, ou seja, o centro atual de Lambari ), novas famílias de italianos e também franceses se estabeleciam no local, trazendo um aumento do comercio de quinquilharias e pequenos objetos de fantasia, já trazendo “Lembrança de Lambari”. Eram as iniciativas particulares trazendo o progresso. Em 1894 um galpão foi construído pela Companhia União Industrial para o engarrafamento da água e o reaparelhamento do balneário. A 24 de março deste ano de 1894 era inaugurada a estação ferroviária, com a chegada do primeiro trem de passageiros da Estrada de Ferro Muzambinho. Desde 1884 já funcionava o Hotel Melo. Agora, dez anos depois, começaram a surgir outros hotéis e pensões.Entre eles, Hotel Central, Hotel Bibiano, Hotel dos Estados, Hotel Brasil, Hotel União, Hotel Lambari, Hotel Mineiro, Hotel Muzambinho. Em 1898, funcionando em prédio adequado no que viria a ser o futuro Hotel América, foi criado o Instituto Cirúrgico e Ginecológico, pelos médicos Dr. Duarte Peres Rego Monteiro e Dr. João Bráulio Junior, o primeiro hospital de Lambari.
Tal desenvolvimento se deveu à autonomia conquistada com a criação do Distrito de Paz, quando os problemas passaram a ser resolvidos pelos membros do conselho distrital na própria localidade e, como foi dito, pela atuação da iniciativa particular. Acrescente-se a força de “pessoas citadas acima, que tinham uma grande influencia política nas altas esferas do poder da época”.

Uma Nova Província

Em 1887, num projeto de lei do senador do império Dr. Joaquim Floriano Godoy, foi criada a província do Rio Sapucay que passou a ter a representação política de 8 deputados e 4 senadores na assembléia geral legislativa e 32 membros na assembléia da província. A nova província tinha 8 distritos e no projeto apresentado e aprovado a província tinha 8 distritos. Do sexto distrito contavam: Santo Antonio do Vale da Piedade da Campanha,Bom Jesus de Lambari, Nossa Senhora da Saúde das Águas Virtuosas, Três Corações de Jesus, Maria José do Rio Verde, Espírito Santo da Mutuca,São João Batista do Douradinho, São Gonçalo do Sapucahy, Sant'Anna do Sapucahy e Santa Isabel. A capital da província recém-criada era Taubaté. Isto quer dizer que naquele período áureo de desenvolvimento de Lambari, conforme vimos anteriormente, período em que a influencia de Lambari sobrepujava ate as regras impostas por Campanha, veio uma mudança administrativa, que veio a mudar o eixo das decisões administrativas. Com ela jogou-se para Taubaté o centro das decisões do clero, saindo de Campanha para o Vale do Paraíba, o que veio favorecer o fortalecimento daquela região, a criação dos municípios de Aparecida e São José dos Campos. Em compensação, passamos a ter um respaldo maior do Estado em razão da influencia de nossos políticos mais ligados á capital.

Um novo Município

Antes da instalação de um município é formada a sua câmara de vereadores. Para a instalação da Câmara Municipal das Águas Virtuosas aconteceram 5 sessões preparatórias, de 23 a 27 de dezembro de 1901, presididas por Bibiano José da Silva.
A primeira sessão ordinária da Câmara, coincidiu com a instalação do Município das Águas Virtuosas no dia 1 de janeiro de 1902. Nesse dia foi feita a eleição para presidente da Câmara, que veio a ser João de Almeida Lisboa Junior. Elegeu-se para vice-presidente da câmara, Gabriel Romão Carneiro. Participaram dela, além dos citados presidente e vice eleitos, Bibiano José da Silva, Martinho Vaz Tostes, Egydio de Lorenzo, Joaquim Manoel de Melo, Deusdedit Vieira, Francisco Antonio Correia e Oscar Pires Pinheiro.
A sessão foi feita com muita pompa e contou com a presença do juiz de Direito da Comarca, Dr. André Martins Andrade, do promotor de justiça Dr. Gabriel Valadão. Após uma homenagem feita ao então Presidente de Minas Gerais, Dr. Francisco Sylviano de Almeida Brandão, discursaram diversas personalidades entre elas, o publicista e político Dr. Américo Werneck. Na mesma sessão foi eleito o primeiro Agente Executivo das Águas, Dr. Garção Stockler, cargo que veio a substituir aquele de Agente Fiscal das Águas, ate aquela data, indicado pela Câmara da Campanha. A posse do Dr. Garção Stockler deu-se no dia 09 de janeiro de 1902, quando foram criadas as comissões de Finanças, Obras Publicas e de Redação. Tanto o regimento interno da Câmara, quanto as Leis Municipais foram provisoriamente adotadas de Campanha com pequenas alterações de seus textos e aprovadas pela nova Câmara. A instalação do município por Lei Estadual n.663, de 18 de setembro de 1915, só veio a ser promulgada em 15 de junho de 1917. Futuramente, Águas Virtuosas passaria a Comarca, em 24 de janeiro de 1925, compreendendo, além de Bom Jesus de Lambari, também os municípios de Cambuquira e Conceição do Rio Verde.
O primeiro Prefeito nomeado

Américo Werneck, considerado o artífice de Lambari, nasceu a 19 de março de 1855, em Bomposta no Estado do Rio. Formou-se em engenharia em 1877 pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro. Foi prefeito interino de Belo Horizonte e Secretario da Agricultura no governo de Sylviano Brandão. Além de engenheiro foi publicista, escrevendo vários romances, entre eles, “Morena”, “Graciema e Juraci”, “Judith e Lucrecia”.
Foram 22 os prefeitos nomeados pelo governo do Estado ate 1947, sendo Américo Werneck o primeiro deles, em 12 de maio de 1909, através do Decreto de Nomeação do então Governador do Estado, Dr, Wenceslau Braz Pereira Gomes – Decreto n.2528.(Já o primeiro prefeito eleito em 1947, Dr. Helio Monteiro de Toledo Salles havia sido indicado naquele mesmo ano, vindo a ser escolhido também em sufrágio direto. Novamente, no período da ditadura militar passamos a ter novamente as nomeações. E, finalmente, com Renato Nascimento, passamos a exercer definitivamente o direito do voto).
Político eminente, jornalista, Américo Werneck foi um grande visionário. Transformou a terra que veio administrar, abrindo avenidas largas, construindo o complexo do Cassino, Parque Wenceslau, Lago Guanabara e suas gôndolas, o Farol. Trouxe e executou a rede elétrica da cidade, uma fabrica de gelo e executou o serviço de abastecimento de água. ( obras que custaram 3.000.000 (três milhões de cruzeiros ) e que vieram a ser inauguradas pelo Presidente Marechal Hermes da Fonseca, em 22 de abril de 1911 ). Numa escritura publica de 13 de julho de 1912, passou a ser arrendatário da estância. Passados alguns anos Américo Werneck entra em litígio com o governo do Estado, o que trouxe sérios prejuízos para a cidade e que aconteceu em decorrência de divergências com Raul Noronha Sá (de Caxambu ) e também influente na Capital. Na defesa do Estado na referida briga jurídica estava Rui Barbosa. Durou alguns anos a demanda judicial que finalmente foi ganha por Rui Barbosa. Em 1927 o governo estadual assume a administração das águas. Desgostoso, Américo Werneck se afasta do cenário político, mas suas obras sempre o farão presente na memória dos lambarienses....

A evolução

A Evolução do Povoado

Ao ser descoberta em 1780, a primeira fonte de água mineral de Lambari, registrava-se um acontecimento significativo pois todo o território nacional só existiam duas fontes hidrominerais, a de Cipó, na Bahia, descoberta em 1730 e a de Caldas Novas em Goiás, descoberta em 1737. A cidade de Águas Virtuosas da Campanha já desde 1743 alguns moradores conforme nos informa o Anuário da Campanha a este deve ser considerado o marco do povoamento, que se estendeu, principalmente em torno das fontes que vieram a ser descobertas, a começar daquela já citada e localizada nas terras de Antonio de Araújo Dantas, conhecida como fazenda “ trás da serra “, e depois fazenda da Água Virtuosa. Desde essa época começou a indicação do Fiscal das Águas pela Câmara Municipal da Campanha que tinha a função , de administrar o povoado, arrecadar multas, informar o andamento de obras e o numero de visitantes ao local. Tal procedimento se estendeu ate que viesse a surgir o município, muito mais tarde... O nome Água Virtuosa passou a ser usado em documentos oficiosos por volta de 1801 para assentamentos religiosos, conforme documentos do Livro de Óbitos da Matriz da Campanha ou no já citado Anuário, nas datas. Como exemplo, uma carta de Antonio Borges da Costa dirigida ao Governador Manoel Ferreira da Costa Neves, começava assim:

“ 11 de outubro de 1801, Distrito de Trás da Serra da Água Virtuosa...” Em 1850, a povoação das Águas Virtuosas da Campanha foi elevada à Paróquia com esta denominação e com verba destinada aconstrução da Matriz que traria para o local atual a sede da povoação que até então se situava junto à Capela de Lambari ( atual Jesuania ). A região do Lambari ( o rio ) tinha então duas freguesias pertencentes à Campanha, a das Aguas Virtuosas e a do Bom Jesus do Lambari ( atual Jesuania ) com territórios próprios, onde se erguiam os dois municípios . Em 1858, a 14 de maio, por não ver concluída a Matriz, o presidente da província de Minas Gerais ( Dr. Carlos Carneiro de Campos ) assina um decreto transferindo novamente a sede da freguesia das Águas Virtuosas para a Freguesia do Lambari. Tal fato, não afetou o desenvolvimento da povoação do Lambari que florescia e que, no ano seguinte, tornar-se-ia Distrito de Paz, a 27 de junho de 1859. Um grande marco histórico .A década de 1860 trouxe alguns melhoramentos que incluíram a retificação do rio Lambari e a visita do Conde D'EU e a Princesa Isabel e o Visconde de Lages ( agosto de 1868 ) que ficaram cerca de dois meses hospedados no balneário, recém-construido, sempre sob os auspícios da Campanha. Pelos lados de cá, apenas o Fiscal das Águas Virtuosas era o administrador. Lambari, por essa época já começa a ter projeção nacional, visto ser um local de repouso e descanso indicado por médicos e também por situar-se próximo a um centro administrativo ( Campanha ) e na rota do ouro extraído nas Gerais.

Fragmentos da História.1

Desaparecidos Políticos a
Partir de 1964
Lucimar Brandão Guimarães
Militante da VANGUARDA ARMADA REVOLUCIONÁRIA (VAR-PALMARES).
Nasceu em Lambari , sul de Minas, no dia 31 de julho de 1948, e filho de Leovigildo Guimarães, onde passou sua infância, . Estudou no Colégio Pedro II, participou da Juventude Estudantil Católica –JEC – e foi líder estudantil secundarista no Rio de Janeiro Militante do PCB, de onde saiu para uma dissidência chamada Núcleo Marxista Leninista – NML – e, posteriormente, filiou-se à – VAR-Palmares. Saiu do Rio de Janeiro em fins de 1969, indo morar em Belo Horizonte no apartamento 1603 do edifício Araguaia, Avenida Augusto de Lima n° 136 – Centro. . Usava os codinomes de Calixto e Antunes que acabaram virando Calixto Antunes, no momento de sua prisão, em Belo Horizonte. Foi preso no dia 26 de janeiro de 1970, no apartamento onde residia, com os companheiros José Roberto Borges Champs, Antônio Orlando Macedo Ferreira, João de Barros e Artur Eduardo Consentino Alvarez. Foi visto pela última vez pelos seus companheiros quatro dias depois de sua prisão, quando chegava escoltado à penitenciária Magalhães Pinto, em Neves. Submetido a torturas teve a coluna vertebral quebrada, o que o manteve deitado até sua morte, no dia 31 de agosto de 1970, no Hospital Militar de Belo Horizonte. Os companheiros de Lucimar souberam, através de carcereiros, na época, que ele definhou no Hospital Militar no período de março a agosto. Sua morte foi atribuída a ferimentos sofridos por ocasião de um grave acidente ocorrido com o veículo que o transportava e que teria capotado, segundo nota oficial dos órgãos de segurança.
Essa mesma notícia foi repassada aos companheiros de prisão pelo Capitão PM, Pedro Ivo, em março de 1970.
A denúncia de sua morte, sob torturas, foi feita no boletim de março de 1974 pela Anistia Internacional.
Artesão mineiro aplica criatividade ao capim barba-de-bode

Ex-metalúrgico de Lambari, no Sul de Minas, tem realização no trabalho artesanal
Eliza Caetano
Lambari - Mineiro de Lambari, no sul do Estado de Minas Gerais, Fernando Bonjorni, 59 anos, aposentou-se em uma empresa metalúrgica para descobrir criatividade, sensibilidade e habilidade manual no artesanato. Com o capim barba-de-bode, nativo da região, ele produz fruteiras, porta-jóias, vasos, jogos americanos. São peças únicas que levam horas - às vezes dias – para ficar prontas. “Aprendi a fazer com minha mãe, quando era menino. Meu pai era pedreiro e éramos 20 irmãos. Então ela nos ensinou o trabalho para completar a renda”, conta Fernando Bonjorni. A produção era vendida na estação de trem, que foi desativada há cerca de 45 anos. Depois disso o trabalho com o capim barba-de-bode foi abandonado pela família. Quase 30 anos depois, a aposentadoria rendia apenas um salário mínimo para Fernando, sua esposa e dois filhos. E foi no capim que ele novamente
encontrou alternativa de renda. Desta vez, os produtos eram vendidos na porta do principal hotel da cidade. Foi em 2001, na 1ª Mostra de Artesanato de São Lourenço, que ele foi abordado pelos técnicos do Sebrae Minas e, a partir dali, as coisas mudaram. “Eu nem conhecia a capital e pude levar meu trabalho para outras cidades, expus em eventos como a Casa Cor e a Feira Nacional de Artesanato”. Para ele, a melhor parte é o reconhecimento: “Vieram muitos jornalistas, fizeram entrevistas, foi um alvoroço em Lambari quando apareci na televisão. Virei celebridade!”Hoje Fernando produz cerca de 30 a 40 peças por mês, junto com a esposa, um sobrinho, uma filha e uma neta que, com nove anos, começa a aprender a preparar o capim. A maior parte vai para lojistas de outras cidades e estados mas ele continua expondo todos os sábados no coreto do Parque das Águas, em Lambari. O artesão comemora ter saído da produção em série na indústria pesada e, hoje, se dedicar a uma atividade criativa e delicada. “O artesanato é muito mais gostoso. Você cria as peças, vê saírem coisas bonitas das suas mãos. A emoção é outra”, afirma.

Lambari – MG - A principal atração da cidade de Lambari, em Minas Gerais é o Parque das Águas com suas fontes de Água Mineral Magnesiana, Alcalina, Carbogasosa e Ferruginosa. A cidade se completa com alamedas aprazíveis, gramados e jardins floridos compondo um cenário perfeito para as caminhadas e o lazer. Alem dessas belezas, e das ricas águas, a cidade é um Oásis de sossego.
Existem em Lambari 6 fontes de Águas Minerais, que jorram 100 mil litros de água mineral por dia, essas águas são consideradas as melhores do Brasil.
Acesse: http://buscario.com.br/hpg/lambari.shtml
ou: http://www.rotasdolazer.hpg.ig.com.br


Fazenda Experimental de Lambari
FELB
A Fazenda de Lambari foi adquirida em 1910 por Américo Werneck, o qual batizou-a com o nome de “Nova Baden”, em homenagem a uma região da Alemanha. Naquele ano foram plantadas mudas de araucária, eucalipto e frutíferas. A partir de 1920, a fazenda foi cedida ao Estado, criando-se a colônia “Nova Baden” para receber colonos alemães, austríacos e holandeses. A colonização não obteve êxito e as terras voltaram a pertencer ao Estado. No local foi criado o “campo de sementes” pela Secretaria de Estado da Agricultura, para fomento da produção de sementes e mudas frutíferas. Em 1974, foi transferida para a EPAMIG, iniciando-se o trabalho de recuperação de várzeas com recursos do Pró-Várzeas, viabilizando o desenvolvimento do programa de melhoramento das culturas do arroz e feijão.
A Fazenda Experimental de Nova Baden possui uma área de 322,3ha. Em 1994, 260,0 ha foram destinados à reserva permanente, com a criação do “Parque Estadual de Nova Baden”, cuja administração, proteção e conservação ficou sob a responsabilidade do Instituto Estadual de Florestas – IEF. A área restante destinada à infra estrutura e a pesquisa é constituída de 62,3 ha, sendo 57,0 ha de várzea e 5,3 ha de terras altas. A unidade conta hoje com 12 funcionários efetivos sendo um técnico agrícola, um pesquisador e dez de apoio. Os trabalhos de pesquisa realizados na fazenda estão relacionados às culturas de arroz, feijão, fruticultura e plantas medicinais. Na Fazenda Experimental de Nova Baden inaugurou-se em 16 de setembro de 2002 o Núcleo de Capacitação e Apoio Técnico ao Agronegócio da Região do Circuito das Águas, numa parceria entre a EPAMIG e a Prefeitura Municipal de Lambari, que integra o Consórcio de Pesquisa, Desenvolvimento e Capacitação Profissional do Setor Agrícola do Circuito das Águas e Vale do Sapucaí.A criação do Núcleo tem como objetivo promover o melhor aproveitamento da pequena propriedade rural, além de proporcionar o aumento da renda e a geração de empregos, através da capacitação dos produtores. Os trabalhos que estão sendo desenvolvidos com frutíferas e plantas medicinais visam ao aproveitamento das características de solo, clima e localização geográfica dos municípios da Região do Circuito das Águas e envolvem também outras unidades da EPAMIG como Maria da Fé, Lavras e Caldas. A fazenda coloca à disposição dos agricultores para comercialização sementes de arroz, mudas de frutíferas e essências florestais.
Gerente: Pedro Ferreira Neto
Endereço: Bairro Nova Baden - CEP: 37480-000 - Caixa Postal: 70
Telefone/Fax: 0(xx)35.3271.1381
E-mail: felb@epamig.br
Acesso: BR 381 até o Trevo de Três Corações/ BR 267 / Cambuquira / Lambari
Belo Horizonte - Lambari - FELB: 380 km

Localização.

Localização: Sul de Minas
Área: 213,7 Km2
Altitude
Máxima: 1531 m (Serra de Sta.Catarina)
Mínima: 900 m (Foz Ribeirao da Mutuca)
Ponto central da cidade: 890 m
Temperatura
Média anual: 18,2 C
Média máxima anual: 26,7 C
Média mínima anual: 11,4 C
Índice médio pluviométrico
anual: 1642,2 mm
Relevo: topografia : %
Plano: 10
Ondulado: 30
Montanhoso: 60
Principais rios:
RIBEIRAO MUMBUCA
CORREGO SAO BARTOLOMEU
Bacia: BACIA RIO GRANDE
Distâncias aproximadas aos
principais centros (Km):
Belo Horizonte: 340
Rio de Janeiro: 330
São Paulo: 280
Brasília: 1.060
Vitória: 850
Principais rodovias que servem ao município:
BR-460, BR-267, MG-167
Municípios limítrofes:
CAMBUQUIRA
CAMPANHA
SAO GONCALO DO SAPUCAI
HELIODORA
NATERCIA
JESUANIA
Fontes:
Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais - DER-MG
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE

Municipalidade.

A 2 de janeiro de 1902, instalava-se o NEO MUNICÍPIO de Águas Virtuosas e dava origem a uma série de Governantes nomeados pelo Estado, segundo a legislação vigente. Deixaremos de particularizar as datas respectivas por absoluta falta de dados. Assim, salvo casos especiais, daremos somente o ano em que atuou cada um dos seguintes Prefeitos:
1902 - Dr. Eustáchio Garção Stockler - Agente executivo
1907 - Dr. Américo Werneck
1911 - Raul Noronha de Sá
1913 - Dr. Antonio Pimentel Jr.
1914 - Henrique Cabral
1914 - Dr. Antonio Pimentel Jr. ( 1 - 7 )
1918 - Francisco de Castro Filho ( interino )
1919 - Dr. Raul Franco de Almeida ( 25 - 5 )
1920 - Affonso de Paiva Vilhena ( interino )
1920 - João de Almeida Lisboa ( em exercicio )
1921 - Messias Silveira Machado ( interino )
1921 - Joaquim Furtado de Menezes
1923 - Joaquim Figueira da Costa Cruz
1924 - Júlio Bráulio ( interino ) julho
1924 - Bernardo José de Paulo Aroeira - outubro
1930 - Eurico Leopoldo de Bulhões Dutra
1931 - Ernesto de Mello ( interino )
1932 - Luiz Lisboa
1935 - Dr. João Lisboa Junior ( julho a Dezembro de 1945 )
1945 - Dr. Felix Geraldo de A. e Silva ( interino ) Dezembro
1946 - Dr. João Lisboa Jr.
1947 - Dr. Helio Monteiro de Toledo Salles ( nomeado pelo interventor no Estado )
1947 - Dr. Ural Prazeres Joaquim Araujo Jr.
Prefeitos ELEITOS
23/11/1947 - Dr. Helio Monteiro de Toledo Salles - (vice) José Capistrano
31/01/1951 - Dr. João Lisboa Jr. (vice) José Horton de Morais
1952 - José Horton de Morais (Prefeito em exercicio)
31/01/1955 - José Capistrano (vice) Luiz de Biaso
31/01/1959 - Dr. José dos Santos (vice) Serafim Carlos da Silva
31/01/1963 - José Capistrano (vice) José Ferreira
31/01/1967 - Jairo Ferreira (vice) José Mauro Valério
31/01/1971 - O mesmo acima
01/02/1972 - Professor Walter Cordeiro
31/07/1973 - Dr. Cyro Rodrigues Coelho (Designado pelo Governador do Estado)
26/12/1973 -José Carlos de Alcântara
03/01/1976 - Dr. José Vicente Lamounier de Vilhena
14/05/1984 - Renato Nascimento

Como o tempo Voa!!

Não foram baldados todos os esforços dos pesquisadores sobre a fundação de Lambari, antiga Águas Virtuosas, para saber a data exata deste fato e situar historicamente, com provas documentais, seus primitivos povoadores civilizados. Logicamente não vamos citar os ramos aborígenes que, em eras, povoaram estes vales e escalaram estas formosas colinas. Não nos contentava a suave lenda do africano (!) Antonio de Araujo Dantas, que, sem dúvida, se fosse da África e batisado, nesta terra de promissão, relegaria o seu nome de origem, bárbaro e pagão, e, quem sabe, descendesse daquelas castas guerreiras do Congo, de Angola, de Moçambique, de ascendência nobre e adotasse o nome de seu Senhor da época, talvez forte e rico fazendeiro nas terras das Águas Virtuosas?!....A verdade é bem outra, quem criou a lenda não conhecia a história, senão, vejamos:
Pelo " O Monitor Mineiro ", edição de 1872, em 25 de fevereiro, temos notícia que a fazenda de Antonio de Araujo Dantas "adqui-ria notoriedade, mercê da ocorrência verificada em uma grota que a mataria emsombrava" e onde o lacrimal borbulhante jazia a espera de quantos viessem "experimentar-lhe a serventia".
Antonio de Araujo Dantas não era africano e sim campanhense. No livro I, às fls, 5v., de Batisados da Catedral(*) lê-se: " Antonio Aos vinte e hum de fevereiro de mil setecentos e quarenta e um nesta Igreja de Santo Antonio do Valle de Piedade da Campanha do Rio Verde deste Bispado de Mariana das Minas batizou e pos os santos oleos o Reverendo Antonio Mendes Vigario, que então era nesta Freguezia a Antonio inocente, filho legitimo de Francisco de Araujo Dantas e de sua mulher Catherina Pedroza; Ele natural da Freguezia de Nossa Senhora do Pillar de Pitanguy deste Bispado; e foram padrinhos Salvador Rebello e Maria Ribeyra mulher de João Francisco (q. hoje e viuva) de que fiz este acento, por se não achar em seu lugar, e me constar da verdade, que assinei. O vig. Luiz da Rocha Pinto" (sic). No dizer de mais de um historiador Antonio de Araujo Dantas é o descobridor das àguas minerais de Àguas Virtuosas, não era "negro mina", porém "caboclo"; vejam: "Aos vinte e cinco de Agosto de mil oitocentos e doze, falecendo Antonio de Araujo Dantas de apoplexia de setenta e tres anos, caboclo, foi encomendado e sepultado dentro desta Matriz. O vig. José de Souza Lima" (respeitou-se a redação e o grifo é nosso).
O testamento de Catherina Pedroza de Almeida, mãe de Antonio de Araujo Dantas, foi feito em 28 de Setembro de 1809 em Águas Virtuosas; faleceu e foi sepultada a 8 de dezembro de 1814(*) .
A avaliação das terras necessárias para a proteção das fontes, mandada realizar pela Câmara da Campanha, foi feita por Gaspar José de Paiva e João Pinto da Fonseca, que estimaram o valor em "Cem mil réis para 12 alqueires de terras minerais".(**).
A Câmara de Campanha em 24 de janeiro de 1827, oficiára ao Visconde de Caeté, então presidente da Província de Minas Gerais, encarecendo a necessidade de se construir " uma pequena Ermida para se dizer a Missa ao Povo", e, em 1832, a mesma Câmara propôs que se marcasse o " lugar proprio para a fundação do Templo que deverá fazer para a Povoação". A fundação da Capela da atual Lambari, naquele tempo Águas Virtuosas da Campanha, foi levado a efeito depois do ano de 1837. Seu primeiro capelão foi o Cap. Pe. Bonifácio Barbosa Martins que pontificou de 1835 a 1841(***) e, atualmente, é Pároco o vig. José Ramos Leal que aqui chegou em 1946.
Lambari de hoje era um prolongamento da Lambari de outrora ( atual Jesuânia ) , comunicava-se com a Séde ( Campanha ) atraves da ramificação da Estrada Geral que conduzia a Côrte, e, esta passava por Pouso Alto, S. José do Picú (Itamonte) e Embaú
Descendentes de Antonio de Araujo Dantas e sua mulher Ana Maria de Almeida: Francisco, batisado a 11 de maio de 1767 ; José, batisado a 6 de abril de 1768 ; Genoveva, batisada a 21 de abril de 1773; Eugenia, batisada a 26 de setembro de 1775; Teodora, batisada a 20 de agosto de 1780; Rosa Maria, batisada a 20 de novembro de 1785; Manuel, batisado a 2 de junho de 1791 e Maria batisada a 25 de outubro de 1793. Todos batisados em Campanha.
Como complemento deste tópico histórico mais isto: Passos, a que a Lenda se refere, " foi fundada em 1880, com a construção de uma capela e doação do patrimônio pelo Sr. Domingos de Souza Vieira ". Não se conhece um caso sequer da família Trancoso, também citada pela Lenda, " nas paragens Sulinas das Gerais, no período de 1750 a 1820" !....
E assim como Antonio Dias é considerado o fundador de Ouro Preto, por ter, em 24 de junho de 1698, encontrado o rio Tripuí, " onde começou verdadeiramente a exploração das minas de ouro em nosso Estado", também deviamos considerar Antonio de Araujo Dantas, já que historicamente outro personagem não existe, como fundador da hidropolis de Lambari! Tem a palavra os historiadores, para nos situar, com precisão, o ano, afim de que possamos, doravante, comemorar esta efeméride.
Pela Lei-Provincial nº 487, de 28/6/1850 , foi elevada a primitiva povoação a categoria de freguezia (Paroquia) , pertencente ao Município da Campanha (art.6º) e, o Governo, prometia mandar um engenheiro para " estabelecer os meios mais adequados de as conservar sempre medicamentosas ( art.7º), e criava o emprego de procurador das Águas Virtuosas" ; a séde provisória ficou sendo a Capela do Lambari ( atual Jesuânia ). E a Lei-provincial nº 858, de 14 de maio de 1858, transferiu para Lambari(Jesuânia) a séde da nova Freguezia. Em 27 de junho de 1859, pelo art.3º da Lei nº 998, foi elevada a Distrito de Paz, e retificada seus limites; e pela Lei n° 421, de 24 de dezembro de 1867, passou a séde da Freguezia de Lambari e assim ficou até 14 de setembro de 1870. Tornou se Distrito pela Lei Estadual nº 2, de 14 de setembro de 1891.
O Município de Águas Virtuosas foi criado pela Lei Estadual nº 319, de 16 de setembro de 1901, e instalado em 2 de janeiro de 1902, passando a contar com dois Distritos de Paz, São Bom Jesus do Lambari a 8 quilometros e Conceição do Rio Verde a 36 quilometros.
A Prefeitura de Águas Virtuosas foi criada pelo Decreto Estadual nº 2.528, de maio de 1909. Pela Lei nº 556, de 1911, perdeu o Distrito de Conceição do Rio Verde, que formou o novo Município, sob esse nome.
O Termo Forense ( Cidade ) foi criado pela Lei Estadual nº 663, de 18 de setembro de 1915, mas só se instalou em 15 de junho de 1917. Foi elevada a Comarca pela Lei nº 879, de 24 de janeiro de 1925, abrangendo os Municípios de Cambuquira e Conceição do Rio Verde, e instalada a 1º de janeiro de 1926, tendo sido nomeado e empossado o seu primeiro Juiz de Direito, o Dr. Julio Braulio de Vilhena, e o primeiro Promotor Publico, Dr. Joaquim Infante Vieira. Pela Lei Estadual nº 336, de 27/12/1948, perdeu seu Distrito, Jesuânia, que se emancipou, tendo sido instalado a 1º de janeiro de 1949.
Foi a 27 de Dezembro de 1930, pelo Decreto nº 9.804, que passou a denominar-se Lambari.

Cozinha Centenária

A quituteira Isolina dos Santos completará no próximo mês 101 anos de idade. Longa é a trajetória de sua vida que se mesclou ao trabalho de manusear panelas de barro, tachos de cobre, colheres de pau e fogões antes mesmo de serem movidos a gás. De suas pequenas e habilidosas mãos saíram milhares de quitutes, bolos de noiva, almoços e jantares em muitas mansões quando a cafeicultura ainda mantinha seus barões. Isolina nasceu em Espírito Santo do Pinhal, interior paulista, e foi criada em Lambari, cidade mineira. Ela faz parte de uma família que carrega um passado vergonhoso do país: é filha de ex-escravos (uma das irmãs — tinha seis irmãos, todos falecidos — foi beneficiada pela lei do ventre livre, de 1871, que declarava libertos os filhos nascidos de mulher escrava). Liberdade é o que Isolina sempre mais prezou. Caçula e um tanto rebelde para o século 20, que entrava em sua segunda década, tinha apenas 15 anos quando resolveu se mudar para São Paulo à procura de trabalho. “Foi uma ousadia”, diz.
Na capital, contou com a ajuda da irmã, Maria Antônia, já estabelecida e que lhe arranjou um emprego de auxiliar de cozinheira. A partir daí, vovó Isolina, assim chamada pelos familiares e amigos, teve a oportunidade de aprimorar o que mais sabia fazer. Naquela época não havia muitos modismos na culinária. “Doce era doce e salgado era salgado”, conta. Trabalhou para três famílias e depois, nos anos 30, resolveu abrir o próprio negócio: uma pensão instalada no bairro da Aclimação.
REGALO Todo santo dia acordava às 4 horas da madrugada para arrumar os preparativos, pois o freezer não dava sinais de que viria a existir. Cozinhava 30 quilos de feijão e descascava uma saca de batatas por dia. No período da Segunda Guerra, contava com a cumplicidade do amigo da venda que lhe guardava farinha de trigo, do dono do açougue que reservava os muitos quilos de carne e da força de sua única filha, Neide. Como se não bastasse o trabalho de servir refeições, aceitava encomendas para festas de aniversário e casamento. Foi aí que suas empadinhas feitas com banha de porco ganharam fama. Isolina mal acabava de atender um pedido e já começava outro. Até hoje, quando tem aniversário na família, as tais empadinhas — agora feitas por Neide — se tornaram o regalo que todo aniversariante aguarda. “Podem implorar, mas não ofereço aos meus convidados”, comenta a sobrinha Irene dos Santos, recém-presenteada.
BOA VONTADE Quem sempre passou bem nas mãos de Isolina foram os quatro filhos de Neide. A avó, que cuidava dos meninos enquanto a filha trabalhava fora, não deixava os netos brincarem na rua, porém, em compensação, eles sabiam que sempre havia uma rosca de frutas pronta para o café da tarde assim que voltassem da escola. Quando dona Isolina fez 100 anos, no ano passado, a família (filha, quatro netos, sete bisnetos e um trineto), sobrinhos de várias gerações e muitos amigos se reuniram numa chácara para a comemoração. Ágil como ela só, não queria perder nada da festa. Quando alguém a chamava para se recolher um pouco, logo respondia: “Descansar pra quê?”. Atualmente, ela não cozinha mais. É certo que às vezes teima em fazer um arroz, uma carne, maneira que encontra de não se sentir ociosa. Aceitou oferecer aos leitores a receita da famosa empadinha e também da rosca de frutas. Mas avisa logo de imediato: “Dá um pouco de trabalho, pois são de uma época em que as pessoas tinham boa vontade para cozinhar"

ROSCA DA VOVÓ

2 unidades)
INGREDIENTES
Massa
1 kg de farinha de trigo
100 g de manteiga*
2 tabletes de fermento biológico
2 colheres (sopa) de açúcar**
1 colher (sopa) rasa de sal
3 ovos
Leite
Gema de ovo para pincelar
Recheio
Frutas cristalizadas ou frutas secas (damasco, uva passa, ameixa ou nozes)
COMO FAZER
Massa
Em primeiro lugar, desmanche o fermento em uma xícara (chá) de leite. Feito isso, misture-o aos ingredientes previamente colocados em uma vasilha e amasse com as mãos. Aos poucos, adicione um pouco mais de leite até obter o ponto: tem que desgrudar das mãos, porém, não pode ficar dura. Transfira para um recipiente e cubra com um pano de algodão até crescer ou dobrar de tamanho. Feito isso, divida a massa em seis partes . Abra cada uma delas com um rolo numa superfície lisa, acrescente as frutas e depois enrole-as.
Use três pedaços desses rolinhos para fazer as tranças. Coloque-as em uma fôrma untada e pincele com gema de ovo. Leve para assar em forno pré-aquecido e moderado (170ºC) por 30 minutos, em média.
* Pode ser substituída por uma xícara (chá) de óleo; **Aumente a quantidade de açúcar se preferir a massa mais adocicada

EMPADINHAS

(25 unidades grandes)
INGREDIENTES
Massa
500 g de farinha de trigo
2 ovos
1/4 de banha de porco
Sal a gosto
Gema de ovo para pincelar
Recheio
500 g de camarão médio
Farinha de trigo
Leite
Cebola
Salsinha
Sal
COMO FAZER
Massa
Misture numa vasilha os ovos, a banha e o sal. Acrescente a farinha aos poucos e amasse bem com as mãos até obter o ponto. A massa não fica dura, mas “esfarelenta” e gordurosa. Coloque-a em forminhas próprias para empadinhas, acrescente o recheio bem frio e tampe-as com o que restou da massa. Pincele com gema de ovo batida e leve para assar no forno pré-aquecido e forte (200ºC) por 20 minutos. Recheio
Esquente um pouco de óleo numa panela e refogue a cebola. Acrescente o camarão, o sal e deixe cozinhar. Depois salpique a salsinha e, por último, coloque um pouco de leite, farinha de trigo e mexa para o recheio ficar com uma consistência mais firme.

Os italianos na cidade.

Lambari recebeu no final do século XIX a migração de mais de 40 famílias italianas , em sua maioria quase absoluta, vinda da comune de Latronico , Província de Potenza , na Região da Basilicata , Sul da Itália. As famílias que migraram para Águas Virtuosas no final do século XIX e início do século XX são : BIAZO, BELONI, BONGIORNI, BIANGULI, CONTI, CARELLI, EOLI, COLI, CERROTA, CARLINI, DOTTI, DE PAULA, DE MARCO, DE LORENZO, GESUALDI, GRANDINETTI, GIACÓIA, GIOVANINI, GREGATTI, GONELI, IENO, IELPO , LOFIEGO, LÉO, LAMBERTI, LORENZO, MILEO , MANES, MARZANO, MANDARANO, METIDIERI, MAGALDI, GRECO, PESTILI – PONSO – PATIA, PAPANDRÉIA, RAIMUNDI, RAMBALDI, ROSATTI, SILVESTRINI, SERRUTI, SANTORO, SINFOROSO, SGARB, TUCCI e VIOLA . Um dos imigrantes mais antigos de Lambari - ao lado de Miguel de Lorenzo, Egidio e Rosario Mileo - foi patriarca o Francesco Grandinetti e sua mulher Teresa Giacóia , que vieram em1886 e 1888 respectivamente. Foi nessa época que também chegou outro patriarca, o primeiro dos VIOLA , Emmanuel Viola , o irmão mais velho de uma família de sete irmãos: Vicente, Salvatore, Carlutti, Luiggi, Antonio e Egidia , esta chegou a ficar em Lambari por algum tempo, mas depois voltou para Latronico, onde morreu em 1949 . Emmanuel - o tio Manoel, como ficou conhecido - era pai do Amedeo Viola , um dos lambarienses mais ilustres de seu tempo, próspero comerciante, chefe de uma grande família, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lambari , por mais de três décadas Os italianos geralmente eram sapateiros, marceneiros ou mestre de obras. A imigração era incentivada por conterrâneos que vinham na frente. O grande mercado de trabalho era a Estrada de Ferro , em construção, onde havia espaço para mão de obra vinda de fora . Vamos fazer a América - expressão que ficou famosa - era a justificativa dos imigrantes quando se despediam.. Os italianos eram trabalhadores e cumpridores de seus deveres . Gostavam de festejar o dia de Santo Egidio (1º de setembro) , padroeiro de Latronico , com muito vinho. No dia de Santo Egidio , regozijavam-se a noite inteira, comendo e bebendo vinho em meio à geada, com o frio abaixo de zero, comum naquela época. Eram sentimentais e amargavam, via de regra, uma grande saudade de seus parentes deixados na Itália , que nessa época - final do século XIX - era sacudida por uma brutal recessão, com analfabetismo, desemprego e muita desesperança, após a criação do Reino Ùnico , fruto da unificação de ducados , principados e reinados independentes. Em virtude dessa derradeira causa social que abalava o País, hoje o Brasil tem 25 milhões de descendentes de italianos, o que torna a Itália um país tão irmão quanto Portugal. Pena que essa parte importante da história de Lambari corre o risco de apagar-se com o tempo, pois seus últimos contemporâneos estão passando. A cidade ainda não tem sequer uma rua com o nome de Latronico , para registrar, pelos menos, esse referencial de sua história, senão uma antiga e abstrata Rua dos Italianos , único registro da importância cultural dos italianos sobre a vida da famosa estância hidro-mineral. Justiça feita a alguns lambarienses heróicos, que hoje tentam reunir informações e registros fotográficos sobre os primórdios da cidade, o fato é que são poucas as anotações históricas organizadas e divulgadas. Resgatar um pouco dessa memória deve ser um compromisso de todos aqueles que, de fato, possam dizer Lambari, Como Eu Gosto de Você ! ...

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sábado, julho 22, 2006

Mais sobre a Cidade.

Parque Wenceslau Braz : trata-se de um bosque repleto de eucaliptos, magnólias e pinheiros, no centro da cidade. Entre suas opções de lazer estão um pequeno lago com aves aquáticas, dois pontos de aluguel de bicicletas, caramanchões, piscinas com toboágua, quadras de peteca e vôlei, bares e lanchonetes. Destacam-se ainda o Farol do Lago e as duchas.

Parque Estadual de Nova Baden : reserva ecológica situada no bairro rural de Nova Baden. Abriga a sede do Instituto Estadual de Florestas - IEF em Lambari. No local encontra-se a cachoeira Sete Quedas, em meio a uma rica flora, além da presença de espécies raras da fauna como o Macaco Bugio (ameaçado de extinção), jaguatiricas, o lobo guará e muitos pássaros.

Cachoeiras

João Gonçalves : localizada em área particular, porém aberta à visitação pública. Trata-se de uma linda cachoeira cercada por verde e muito ar puro. Várias quedas formam pequenos poços, onde os visitantes refrescam-se nos dias de sol.

Sete Quedas : situada no Parque Estadual de Nova Baden. A caminhada de meia hora proporciona ao turista desfrutar das exuberantes flora e fauna locais.

Roncador : localizada em área particular, a 9,5 quilômetros do centro (6 km em estrada de terra sinalizada). O passeio proporciona horas de muita descontração e lazer, em meio ao verde e ar puro. É cobrada uma taxa de R$ 2,00 para manutenção (crianças de até 10 anos não pagam). No local existe ainda um camping e uma pequena lanchonete, onde são servidos petiscos e bebidas.

Passeios

Cassino do Lago : situado nas margens do Lago Guanabara, possui uma arquitetura imponente, que retrata o tempo de riqueza e fartura vivido por Lambari no início do século XX.

Teleférico : com 600 metros de extensão o teleférico de Lambari é mais uma opção de lazer para os turistas. A altura varia de 2 a 30 metros, ligando sua base, no Lago Guanabara, ao Morro do Cruzeiro. O passeio proporciona uma bela visão do lago e de grande parte do centro da cidade.

Serra das Águas : de lá se tem a melhor panorâmica da cidade. Seus 1.300m de altitude fazem dela um excelente local para os amantes da natureza e para a prática de caminhadas e mountain-bike. Uma rampa é eventualmente usada para vôos de asa-delta e parapente. Só deve ser utilizada por profissionais que conhecem o regime de ventos da região .

Fonte Luminosa : está localizada no centro da cidade, junto à Praça Conselheiro João Lisboa, bem em frente ao Parque das Águas. As cores e as formas dos esguichos d'água proporcionam um belo espetáculo todas as noites

Lago Guanabara : com 1.600 metros de comprimento e 800 metros de largura, é contornado por uma avenida e calçadão de cinco quilômetros. Tem em média oito metros de profundidade. Atualmente é utilizado para passeios e esportes aquáticos, tais como: pedalinhos, lanchas, jet ski, wind surf, pesca etc ...

Das Águas


Conheça as Águas virtuosas de Lambari
Lambari apresenta sete fontes de água mineral, assim conhecidas e assim discriminadas no.1, no.2, no.3, no.4, no. 5 ou fonte Maria, no. 6 ou fonte Paulinas, e no. 7 ou fonte gasosa.
Somente a água das fontes 1, 2, e 3 é utilizada para fins terapêuticos como agente de cura. A água da fonte no. 4 é reputada potável, e a água das fontes 5, 6 e 7 não é captada e por isso mesmo não utilizada, não obstante a água das fontes 5 e 6 ser cientificamente classificada de bicarbonatada férrea e a de no. 7 ser carbo-gasosa.
As fontes no. 1, 2 e 3 se localizam em amplo pavilhão e na superfície a água, por intermédio de bicas de cano de uma polegada, jorra sem interrupção, dia e noite, em que parte é aproveitada para exportação, para uso dos veranistas e do povo do lugar e grande parte é perdida, lançando-se, em canalização de manilhas, no ribeirão Mombuca, que atravessa a cidade.A ação terapêutica da água decorre de suas características principais: Radioatividade, riqueza e gás carbônico, e pobreza em mineralização total.
Indicações
A água é empregada por via interna, por via muscular.
Por via Interna: A sua grande indicação reside nas curas de diurese, através da qual se instala um processo de desintoxicação geral. A rápida circulação e a rápida eliminação da água se responsabilizam pelos bons efeitos sentidos desde os prmeiros dias de estada na estância. Empregada em doses fracionadas nos primeiros dias com o fim de evitar o aparecimento de sintomas incômodos pelo gás carbônico, deve a água ser usada nos dias sucessivos em maior dose, para se conseguir melhor aproveitamento. O gás carbônico livre, ocasiona, no geral, distensão gasosa do estômago, com sintomas
de lipotimias, rápidas náuseas, taquicardia e sudorese, muito desagradáveis, sem gravidade, todavia. Nos primeiros dias de uso é comum observar-se forte descarga intestinal, com fezes aquosas dolorimento em toda a região abdominal e tenesmo, no momento da defecação. A prevenção desses sintomas é facilmente feita, tomando-se água batida, processo que consiste em passar a água, diversas vezes, de um copo para outro, ou então agitá-la, no momento de ser tomada. Com esse processo o gás carbônico se desprende totalmente. Por via interna a água é indicada para os
seguintes casos:
1) Gastropatias funcionais hipomotoras, hipose-cretoras, determinadas formas de aquilia gástrica e para as gastro-atonias.
2) Hepatopatias: hepatoses e hepatites tóxicas e infecciosas acompanhadas ou não de icterícia; discinesias dos biliares e discinesias entero-vesiculares.
3) Afecções inflamatórias subagudas e crônicas das vias urinárias: pielites, uretrites e cistites.
4) Convalescentes em geral, provocando exaltação do metabolismo.
Por via Externa: A água tem sua grande indicação nos banhos carbo-gasosos, que não são usados por falta de instalações apropriadas. Em uso local, sob forma de lavagens, duchas e irrigações é indicada para as leucorréias idiopáticas, vulvites, vulvo-vaginites prurido vulvar e úlceras atônicas das pernas.
Por via muscular, a sua indicação se faz para o tratamento do eczema.