sexta-feira, dezembro 29, 2006

Encontre-se Aqui!!!

Além do Cassino, a cidade de Lambari guarda outros tesouros que merecem ser visitadosAquele lago imenso e a imponente construção amarela ao fundo, com suas torres. Até parece pintura, mas não é. A imagem muda: ora o reflexo do sol a duplica nas águas, ora não. Real, o quadro formado pelo lago Guanabara e o Cassino pode ser admirado ao vivo e em cores na pequena Lambari, com seus 18 mil habitantes. Não só se ver, mas também usufruir ao dar a volta no lago, de 5 km, a pé, de barco, jet-ski, pedalinho ou percorrer o Cassino, tombado pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico Iepha) depois de ter passado por cinco reformas. Construído sob a batuta do engenheiro Américo Werneck, em estilo neoclássico, o Cassino teria funcionado numa noite só, em 24 de abril de 1911. Azulejos, ladrilhos e vasos sanitários foram importados da França e a decoração toda feita por chineses e japoneses. Ainda hoje, há candelabros de cobre com 2,5 m de altura em um dos salões. Mas a cidade não se restringe a esse cartão-postal. Tem mais a oferecer, não na mesma imponência, mas nem por isso menos prazeroso. Há fontes de água, piscinas de água mineral, parque com locais para andar de bicicleta, duchas naturais, cascata e coreto, onde nos finais de semana e feriados artesãos fazem e vendem peças de capim barba-de-bode, crochê, esculturas. Doces e biscoitos típicos da região também podem ser saboreados lá. As atrações continuam fora dos limites da cidade e são ideais para os amantes do esporte e da natureza. São trilhas para caminhada e descida de bicicleta, rampa de vôo livre, cachoeiras e grutas. Agrada a todas as faixas etárias e em qualquer época do ano, num clima de tranqüilidade. É relaxar e aproveitar.

PARQUE DAS ÁGUAS
São seis fontes de água mineral. Duas – ferruginosa e picante – ficam no parque aberto e as restantes cercadas, com horários de funcionamento. Há a gasosa, alcalina, magnesiana e ligeiramente gasosa, indicada para crianças. Entre um gole e outro, o visitante pode também percorrer o parque, com seus coretos e a gruta de Nossa Senhora da Saúde, onde tudo começou em 1780. Antônio Araújo Dantas, capataz de uma fazenda em Campanha, ao cavalgar pela região descobriu pequena fonte de água. Teria enchido uma vasilha e levado para a filha de seu patrão, que estava doente. Ela apresentou melhoras e o pai resolveu levá-la até a fonte, onde bebeu da água durante 20 dias e ficou curada. Em agradecimento, o pai construiu a gruta e uma capela. Daí surgiu a fama das águas de Lambari. E, para quem não se satisfaz só bebendo água, pode cair em uma das duas piscinas, que funcionam bem atrás do parque. Qualquer pessoa pode usufruir do local, que abre todos os dias de 9 às 17h, desde que pague uma taxa. "As piscinas são limpas diariamente", avisa a secretária municipal de Turismo, Ana Paula Nunes dos Santos.

ARTESANATO
Quem vê as peças nem imagina que são feitas com capim barba-de-bode, tão comum na região. Só mesmo a destreza do senhor Fernando Borjoni, repassada à família, para entrelaçar o capim e as linhas coloridas, polidas com cera de abelha. Desse manuseio saem bolsas, fruteiras, vasos, descansos de panela e outros objetos, vendidos em Lambari e outras cidades. "O cantor Ney Matogrosso tem uma peça nossa", diz Paulo Henrique de Sousa, genro do senhor Fernando e funcionário de hotel, que nas horas vagas ajuda no trabalho. As peças são feitas em capim natural, sem pintura. O colorido fica por conta das linhas. O senhor Fernando aprendeu o ofício com a mãe, quando era criança, e depois que se aposentou decidiu voltar ao artesanato, dessa vez com a família. Anderson Martins é um dos que o ajudam. "É uma renda a mais", afirmou ele, quando confeccionava as peças no coreto do Parque das Águas, onde se reúnem os artesãos. Andréa Romero Andrade e Ana Maria dos Santos também ficam no coreto. Fazem crochê, expõem as peças e vendem doces e biscoitos de polvilho.

HOTÉIS
Ao todo são 12 hotéis e pousadas. Um dos mais charmosos é a Pousada Dona Ritinha, no Bela Vista. O próprio nome do bairro já dá idéia da paisagem que se pode ver de lá: mata fechada se contrapõe à paisagem urbana. Na frente da pousada, jardim, com bancos para leitura. Lá dentro, paredes decoradas com molduras que trazem desenhos de flores e móveis modernos. "Aqui era uma casa, só havia duas suítes. Fiz a divisão", conta o proprietário Hélio José Teixeira Fernandes. São sete apartamentos. Toda roupa de cama é pintada a mão. E para completar, o farto café da manhã é servido numa sala colorida e com decoração que esbanja capricho.

BARES E RESTAURANTES
Lugares aconchegantes e simples associados à comida mineira, petiscos e outras invenções da terra. O restaurante e lanchonete Redondo fica bem de frente para o Lago Guanabara. Tem até deck com cadeiras e serve batata ferruginosa, magnesiana e gasosa. "São batatas recheadas. Resolvi dar esses nomes por causa das fontes de água mineral", explica a proprietária Meire Lúcia dos Reis. São servidos também picanha na pedra e joelho de porco. Os freqüentadores, além da vista, podem ainda jogar peteca, numa quadra construída na frente do lago. "No verão, colocamos barraca com mesas lá", informa Meire. Outro estabelecimento é a Lanchonete Água na Boca. Ao contrário do Redondo, fica no centro da cidade e em lugar bem menor, mas nem por isso perde em qualidade. "Aprendi que mineiro gosta é de comida farta e saborosa", justifica a proprietária Rosana Cristina Paulini de Borba, uma paulista que adotou Lambari como sua cidade. Lá não foge à regra: serve comida bem mineira.

TURISMO RELIGIOSO
A igreja de Nossa Senhora da Saúde é a mais tradicional da cidade. Como a gruta do Parque das Águas, teria sido construída a mando de um fazendeiro, que teve a filha curada depois de beber água de uma fonte, quando pertencia a Campanha e se chamava Águas Virtuosas.
ATRAÇÕESA fachada do prédio do Cassino impressiona pela grandiosidade e estilo eclético. Lá dentro, resquícios do que teria o sido o glamour do início do século passado. Azulejos franceses, quadros chineses, dragões de madeira, escarradeiras de porcelana, caça-níqueis e lava-talheres de madeira estão entre os objetos que sobraram das cinco reformas até o tombamento pelo Iepha. Lá funciona a Biblioteca Municipal Basílio de Magalhães e serve para eventos. "O meu sonho é transformar o Cassino num museu", diz a secretária municipal de Turismo, Ana Paula Nunes dos Santos. Faz sentido. A construção por si só conta um pouco da história da cidade. Tudo começou quando o engenheiro Américo Werneck foi nomeado prefeito de Lambari. Construiu o Cassino e represou o lago. "Mais de 2 mil pessoas trabalharam na obra", relata Ana Paula. Depois da inauguração em abril de 1911, houve desavenças entre Werneck e o governo do Estado sobre o arrendamento da água mineral. Resultado: o Cassino ficou abandonado e passou por cinco reformas. A última em 1998, um ano antes do tombamento. O local é aberto à visitação. Em linha reta, numa das torres tem-se a visão do Farol do Lago, construído na mesma época do Cassino para homenagear a República. Lá há praça com quiosques, de onde se vê a cascata formada pelo Lago Guanabara e duchas naturais. Elas são propícias para banho e massagem. Depois, é só subir as escadas e chegar ao lago, de 5 km de extensão. Formado pelos rios Pinhão, Roxo e Mumbuca, o lago possui um cais. São oferecidos passeios de barco, jet ski, pedalinho, de segunda a sexta entre 8h30 e 17h30 e nos sábados e domingos, de 8h até o anoitecer. É um passeio que compensa, pela tranqüilidade e beleza do local, com suas ilhas. A maior é a dos Amores. Mas vale também o esforço de percorrer toda a extensão a pé ou de bicicleta. Na margem, está a buganvília de 17 m de altura, considerada a maior do mundo, bares e praças. Logo depois do percurso, bem próximo à cascata, outra atração: o Parque Wenceslau Braz. Numa área verde, com eucaliptos, magnólias e bromélias, há piscina com toboágua, quadras de peteca e vôlei, bares, dois pontos de aluguel de bicicleta e um pequeno lago. Bancos espalhados por todo o parque são um convite à leitura
Acho que todos iremos nos encontrar um dia por aqui.

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